Imaginarius tem mais Reino Unido e estreia-se na realidade virtual

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Porto Canal com Lusa

Santa Maria da Feira, Aveiro, 07 mai 2019 (Lusa) - O 19.º Imaginarius - Festival Internacional de Artes de Rua de Santa Maria da Feira arranca a 23 de maio e, porque "gosta da Europa", tem mais propostas britânicas, combate invejas, testa voos e estreia-se na realidade virtual.

Esses são alguns dos temas abordados no evento que, organizado pela autarquia local, até 25 de maio propõe 43 espetáculos gratuitos por 247 artistas de 12 nacionalidades, num total de 229 horas de programação.

Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal da Feira, garantiu na apresentação da 19.ª edição do festival que "o Imaginarius já é uma referência europeia e mundial das artes de rua".

Gil Ferreira, vereador da Cultura na autarquia e diretor executivo do evento, aproveitou essa responsabilidade diplomática para se referir ao "Brexit" em tom de humor: "Nós aqui gostamos da Europa e, por isso, este ano há um reforço do Reino Unido na programação".

Uma das duas propostas oriundas de solo britânico é assim a da companhia Ockham's Razor, que trará à Feira a estreia nacional do espetáculo "Belly of the Whale", já premiado em 2016 no festival Edinburgh Fringe. Agora estará em cena na base da escadaria da Igreja Matriz da Feira e cruzará dança urbana com equilibrismo numa plataforma oscilante, recorrendo ainda a circo e teatro físico para metamorfosear esse cenário em catapultas, túneis, escorregas ou até numa montanha.

A outra companhia do Reino Unido a participar no Imaginarius é a Cut Moose, com o espetáculo-intervenção "God Save The Tea". Também em première nacional, a performance terá três exibições na Feira e é descrita pela própria companhia como um cruzamento entre "uma ópera contemporânea imersiva e uma cimeira do chá", para discussão de "políticas para uma sociedade coesa enquanto se serve xenofobia".

Já o tema das invejas e dos voos está guardado para "Globe", o grande cabeça-de-cartaz do Imaginarius de 2019: esse espetáculo multidisciplinar de grande formato é uma criação da companhia holandesa Close-Act Theatre, nunca foi exibido em Portugal, é desaconselhado a espectadores epiléticos pelos seus vibrantes jogos de luz e define-se como "uma metáfora artística à liberdade e ao poder de voar".

Previsto para o terreiro junto às Piscinas Municipais, vai explorar "um mundo cada vez mais envelhecido, onde os mais velhos perderam a devoção à simplicidade, amarraram-se às rotinas, submeteram-se às hierarquias e deixaram-se corromper pelo poder do dinheiro" - pelo que "a inveja de ser criança obriga os anciãos a organizarem-se num exército de repressão à imaginação infantil".

Entre as várias outras propostas do Imaginarius de 2019, Gil Ferreira destaca ainda "Hold On", da companhia francesa Fheel Concepts, que permitirá que "pela primeira vez haja realidade virtual na programação do festival".

O espetáculo também não é recomendado a epiléticos e só acolhe 15 pessoas em cada uma das suas 16 sessões no Cineteatro António Lamoso, mas, inspirado por um acidente sofrido pela própria artista Corinne Linder quando executava exercícios aéreos, promete "transportar os participantes para o interior do mundo do circo contemporâneo", levando-os a experimentar a fragilidade de um momento em que a "a queda parece inevitável" e a descobrir emoções como "a noção de risco, a alegria, a adrenalina e o perigo".

O 19.º Imaginarius decorre no centro da Feira de 23 a 25 de maio, apresentando ao público, sempre com entrada livre, 196 apresentações de 43 espetáculos e intervenções, num total de 229 horas de atuação assegurada por 247 artistas de 46 companhias de 12 nacionalidades.

Organizado pela autarquia local com o apoio de 112 voluntários, o evento recorre este ano a um orçamento de 275.000 euros para explorar o tema da memória, propondo no seu programa 28 estreias nacionais e 13 premières absolutas.

AYC // MSP

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