CDU diz que contas do Porto provam que resposta aos problemas podia ter sido mais rápida

CDU diz que contas do Porto provam que resposta aos problemas podia ter sido mais rápida
| Política
Porto Canal com Lusa

A CDU disse esta segunda-feira que as contas da Câmara do Porto são a prova de que muitas das propostas defendidas pelo partido e que vieram apenas a ser incluídas no orçamento para 2019 podiam ter sido executadas em 2018.

"As contas demonstram que a CDU tinha razão. Há um saldo de gerência superior a 30 milhões de euros que podia ter sido utilizado para dar resposta aos graves problemas da cidade e que só agora, em 2019, por pressão da CDU, vieram a ser contempladas", defendeu a vereadora da Câmara do Porto, Ilda Figueiredo.

Numa conferência de imprensa convocada para apreciar a gestão municipal e a prestação de contas da Câmara Municipal do Porto de 2018, a vereadora lembrou que o saldo de gerência teria permitido avançar mais rapidamente na resposta a graves problemas da cidade e da população, seja na área da reabilitação de bairros municipais, seja na requalificação de espaços públicos ou na área do associativismo.

Para a mesma, permanecem, por exemplo, problemas em áreas como a limpeza e a recolha dos resíduos urbanos cujos serviços foram internalizados, com a exceção da varredura, onde a resposta continua "débil em várias zonas da cidade".

Também na área da reabilitação do património municipal, "houve grandes atrasos", denuncia a vereadora que sublinha que a especulação imobiliária na zona histórica do Porto não foi acompanhada das necessárias políticas municipais, designadamente na reabilitação de bairros municipais, como o bairro social da Arrábida onde há "15 casas a precisar de reabilitação", isto "apesar das enormes carências de habitação social" na cidade.

Por outro lado, referiu, manteve-se uma "situação inaceitável" no bairro do Aleixo, onde a pretexto da segurança de pessoas e bens, as pessoas estão a "ser pressionadas para sair e a ser realojadas em casas sem condições", assumindo os encargos numa nova habitação, como os contadores da água.

Ilda Figueiredo lamentou ainda que a autarquia, que neste executivo teve condições para reverter esta situação e acabar com o Fundo Imobiliário, não tenha assumido o controlo do processo e dos terrenos onde "a habitação social deveria continuar a existir".

"Lamentavelmente, a maioria não quis e está a admitir que se repercuta no futuro um dos maiores escândalos da cidade do Porto", afirmou.

A responsável criticou também a multiplicação de empresas municipais que tem levado a uma "multiplicação de pequenos poderes e a uma menor eficácia na gestão municipal", dificultando muitas vezes respostas conjuntas para os problemas locais.

Por tudo isto, e numa altura em que as finanças municipais apresentam resultados positivos, a CDU defende que o saldo de 2018 seja "utilizado para dar uma resposta mais célere aos problemas da cidade", nomeadamente na zona oriental da cidade.

Para a vereadora, autarquia devia, tal como fez com o Mercado do Bolhão, avançar com o estudo de uma solução alternativa que permitisse ultrapassar o chumbo do Tribunal de Contas.

A Câmara do Porto terminou 2018 com um investimento de 59,6 milhões de euros, mais 17,7 milhões do que em 2017, e uma taxa de execução de 84,2%, a mais alta "dos últimos anos", revela o relatório de contas a que a Lusa teve acesso na quarta-feira.

O documento, que vai ser votado na reunião camarária de terça-feira, aponta um "resultado líquido positivo de 35,8 milhões de euros", propondo a aplicação de 1,7 milhões "para reservas legais" e cerca de 34 milhões "para resultados transitados".

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