Combustíveis: Agroalimentares instam Governo a adotar medidas adequadas à gravidade da situação

| Economia
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 17 abr 2019 (Lusa) - A FIPA - Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares manifestou hoje a "sua enorme preocupação" sobre o impacto da greve dos motoristas de matérias perigosas e instou o Governo a adotar "medidas adequadas à gravidade da situação".

Em comunicado, a FIPA, que representa atualmente o maior setor industrial em Portugal, com um volume de negócios de cerca dos 16 mil milhões de euros, "vem expressar a sua enorme preocupação para as consequências da greve dos transportadores de substâncias perigosas e que tem sido designada como crise energética".

A entidade refere que, "se as medidas anunciadas pelo Governo não surtirem efeito imediato, é provável que se intensifiquem roturas" na cadeia de abastecimento do setor, "sejam as entregas dos produtos, seja a receção das matérias-primas".

Perante a situação, "transmitiu já ao Governo a preocupação da maioria dos nossos associados sobre a eminência de perda de enormes volumes de matéria-prima nas explorações, como é o caso do leite (com prazos muito limitados da recolha e tratamento), bem como da falta de alimentação para os animais nas explorações pecuárias".

Além disso, "apelou igualmente ao Governo que coloque o sentido de urgência na resolução deste impasse e que adote as medidas adequadas à gravidade da situação, evitando a propagação e o escalar das consequências desta greve à indústria alimentar", concluiu a FIPA, no comunicado.

A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.

Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou hoje que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas "praticamente" com a rede esgotada.

O primeiro-ministro admitiu hoje alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está "inteiramente assegurado" para aeroportos, forças de segurança e emergência.

Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder "aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço".

No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a "situação de alerta" devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o sindicato, foram definidos os serviços mínimos.

Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.

ALU // EA

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