Arte Institute promove em Portugal encontro entre artistas, programadores e empresários

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 11 abr 2019 (Lusa) - A empreendedora cultural Ana Miranda, que há oito anos fundou em Nova Iorque o Arte Institute, tem em marcha uma iniciativa em Portugal que começará em setembro, em 11 cidades, juntando artistas, empresários e programadores.

A iniciativa chama-se "RHI - Revolution_Hope_Imagination", foi hoje apresentada em Lisboa, e é descrita à agência Lusa pela promotora portuguesa como um "movimento de aproximação" entre pessoas que pensam, fazem e investem em arte, tendo Portugal como ponto de partida.

O RHI decorrerá de 14 a 21 de setembro, em 11 cidades portuguesas, de Lisboa a Guimarães, de Loulé a Leiria, com apresentações de estudos de caso sobre investimentos em cultura, com conversas, debates, concertos e oficinas temáticas sobre música, arquitetura, design ou teatro.

Este programa, explicou Ana Miranda, deve ser entendido como facilitador de um encontro entre pessoas, portuguesas e estrangeiras, entre artistas e empresas que queiram apostar nelas, tal como nos Estados Unidos quiseram apostar no Arte Institute, quando foi criado em 2011.

"Há uma hipótese de olhar para novas formas e tentar aproximar as empresas das artes em geral. Começar a olhar outras formas, como podemos pôr a interagir a classe artística e a empresarial", disse Ana Miranda, sublinhando que Portugal deve aproveitar o momento de maior exposição internacional que tem vivido à boleia do turismo.

Segundo o programa hoje apresentado, em setembro estarão no RIH cerca de 120 convidados, como programadores do Lincoln Center e do Massachusetts Design Art & Technology Institute (EUA), da rede de teatro e cinema SESC (Brasil), jornalistas, arquitetos, músicos, escritores.

Foram ainda convidados, mas ainda por confirmar, representantes do American Ballet Theater e do New York City Ballet, da Fundação Obama e da Iniciativa Global Clinton "Save African Elephants".

Vão ser apresentados casos de estudo sobre estratégias de trabalho e de investimento de empresas, entidades sem fins lucrativos, de mecenato, de representação sindical de artistas, de novas plataformas digitais.

É a organização que fornece as estatísticas do evento: "23 países envolvidos, 50 'workshops', 75 'talks' e dezenas de espectáculos abertos ao público e distribuídos pelo país".

Para Ana Miranda, o objetivo do RHI é o mesmo que esteve na génese do Arte Institute, "promover a cultura portuguesa", mas agora a partir de Portugal para o mundo.

"Estamos a dizer a programadores e agentes culturais para virem a Portugal. (...) Com tantos turistas a entrar, acho que há muitas hipóteses para as artes de se expandirem e arranjarem outros mercados", disse.

Da cultura portuguesa, estão já confirmadas as presenças de nomes como os escritores Afonso Cruz, José Luís Peixoto e Gonçalo M. Tavares, a escritora Ana Filomena Amaral, o programador e coreógrafo Rui Horta, e estruturas como o Hot Clube de Portugal, os festivais Tremor e Terras Sem Sombra, os projetos Dançando com a Diferença, Portugal Manual e A Avó Veio Trabalhar, os músicos Frankie Chavez e Peixe (no projeto Miramar), Rita Redshoes e Bruno Santos.

Ana Miranda reconhece que só conseguiu idealizar esta iniciativa por estar a viver fora de Portugal, por ter conhecido uma outra forma de investir e apoiar cultura, sem depender exclusivamente de financiamento estatal, contando com apoio empresarial e de mecenato.

A partir de Nova Iorque, desde 2011, Ana Miranda organiza mais de uma centena de eventos culturais com artistas portugueses nos Estados Unidos e noutros países.

"Jamais teria conseguido pensar isto se vivesse em Portugal. Os artistas que promovemos são portugueses. Onde os venho buscar é aqui [em Portugal]. Eu posso viver nos Estados Unidos, mas eu falo português o dia inteiro, porque é para aqui que eu falo, porque eles é que são o que nós internacionalizamos", explicou.

O "RHI - Revolution_Hope_Imagination" decorrerá de 14 a 21 de setembro em Lisboa, Torres Vedras, Caldas das Rainha, Óbidos, Guimarães, Leiria, Alcobaça, Évora, Vidigueira, Loulé e Funchal.

SS // MAG

Lusa/fim

+ notícias: País

Preços dos combustíveis seguem em direções opostas. Confira as previsões

Depois de na última semana os preços dos combustíveis terem descido, a partir de segunda-feira as notícias não são boas para os condutores de carros a gasolina.

Um terço dos portugueses elegem 25 de Abril como a data mais importante do país

Em 2004 foi também esta a escolha de 52% dos inquiridos e de 59% da amostra no inquérito de 2014, face a outras datas propostas, como a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1985, a implantação da República (1910), a restauração da independência em 1640, a Batalha de Aljubarrota (1385) e a chegada de Vasco da Gama à Índia (1498).

Número de desempregados sobe 6% em março

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 1,9% em março face a fevereiro, mas subiu 6% em termos homólogos, totalizando 324.616, segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).