Produção de azeitona é a maior dos últimos 50 anos - INE
Porto Canal / Agências
Lisboa, 19 jan (Lusa) -- A produção de azeitona para azeite, com a colheita deste ano quase terminada, deverá atingir as 627 mil toneladas, a maior quantidade observada nos últimos 50 anos, segundo as previsões agrícolas de janeiro hoje divulgadas pelo INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) justifica que esta produção elevada de azeitona para fazer azeite, a maior desde a década de sessenta, se deveu à conjugação de condições climáticas favoráveis "ao longo do ciclo" com a entrada em plena produção de novos olivais intensivos.
As sementeiras de cereais de outono/inverno, assinala o INE, estão a realizar-se sem "grandes constrangimentos", à exceção das mais tardias que foram interrompidas e prolongadas no tempo devido à precipitação constante.
As previsões do INE indicam que as áreas semeadas das culturas cerealíferas são semelhantes às da campanha passada com exceção do trigo mole, que deverá aumentar 5%, e do trigo duro, no qual se prevê uma diminuição de 5%.
"As searas apresentam germinações e desenvolvimentos vegetativos heterogéneos, melhores nas semeadas mais cedo", realça o INE nas previsões agrícolas, mas adverte para a existência de alguns problemas relacionados com a elevada precipitação, em particular, nos solos mais pesados e com menor drenagem.
Em termos meteorológicos, o mês de janeiro caracterizou-se por temperaturas amenas e precipitação acima do normal. Janeiro posicionou-se nos registos deste mês como o "3.º janeiro com temperaturas mínimas e médias mais altas desde 1931", segundo o INE.
O INE refere também que os máximos atingidos garantem a autossuficiência nacional do consumo de azeite.
Voltando ainda à produção histórica de azeitona para azeite, o INE refere que também tem a ver com o crescimento do setor oleícola, resultante do investimento privado e da opção estratégica de apoio e promoção da fileira, o que levou a que a produção quase quadruplicasse desde o ano 2000, atingindo agora valores semelhantes aos da década de sessenta.
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