Aprovada construção de central térmica de carvão em Moçambique no valor de 727 ME
Porto Canal / Agências
Maputo, 19 fev (Lusa) - O Conselho de Ministros de Moçambique aprovou na terça-feira a construção da Central Termoelétrica Carvão de Moatize, orçada em cerca de 727 milhões de euros, com uma capacidade para gerar 600 megawatts de eletricidade, foi hoje anunciado.
A central aproveitará carvão "desperdiçado" pela brasileira Vale, a maior mineira presente em Moatize, no centro de Moçambique, onde estão localizadas das maiores jazidas do mundo.
No projeto, cuja construção deverá ser concluída em três anos, participa um consórcio que integra a empresa saudita AcwaPower, a brasileira Vale e a japonesa Mitsui.
Neste grupo entra também a Acwa Power Moatize Termoeléctrica SA, uma sociedade constituída pelas empresas moçambicanas Electricidade de Moçambique (EDM), com cinco por cento, e Whatana Investment, ligada a Graça Machel, com oito por cento.
O ministro da Energia moçambicano, Salvador Namburete, disse que o contrato de concessão tem uma duração de 25 anos, a partir da data do início da operação comercial.
O projeto será construído em duas fases, devendo na primeira gerar 300 megawatts. Desta energia, a Vale, proprietária do carvão residual que será usado na produção da energia, deverá consumir cerca de 200 a 250 MW, sendo a restante adicionada à rede da EDM.
Namburete disse que projeto permite aumentar a disponibilidade de energia no país - atualmente na ordem de cerca de 2.000 MW, a maioria dos quais produzida pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).
"Um carvão que não vai ser exportado, se não é queimado para fazer energia, faria uma grande pilha ali junto à mina, com todos os problemas ambientais daí decorrentes", explicou, sobre as vantagens do aproveitamento do carvão residual produzido na mina.
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