Utentes de São João da Madeira queixam-se de falta de informação sobre passe único

| Economia
Porto Canal com Lusa

São João da Madeira, Aveiro, 01 abr (Lusa) -- No dia da entrada em vigor do passe único na Área Metropolitana do Porto (AMP), São João da Madeira "acordou" sem a medida em vigor e com falta de informação sobre o assunto, de motoristas a utentes.

"Sabia do [passe único] do metro, o do autocarro não sabia. Nem sequer sabia que ia existir isso, acho que há falta de informação. Neste momento uso dois passes", afirmou Marta Pinheiro, estudante na Escola Superior de Educação do Porto, que gasta 97 euros mensais para se deslocar diariamente de São João da Madeira (Aveiro) para aquela instituição.

Na AMP, há operadores onde a utilização do passe único não é ainda possível por falta de validadores, estimando-se para 01 de maio a entrada em vigor. É o caso de alguns operadores privados, nomeadamente da Auto Viação Feirense, que serve nove concelhos - Santa Maria da Feira, Arouca, S. João da Madeira, Porto, Gaia, Espinho e Gondomar - e o Grupo Transdev.

Na opinião de Marta Pinheiro, a falta de informação é "propositada", por parte do grupo Transdev, que opera as viagens entre os dois concelhos da AMP, porque "vão ficar a perder dinheiro".

A Lusa constatou que no Centro Coordenador de Transportes (CCT) de São João da Madeira não há informação sobre o assunto. O painel reservado a informações e horários é apenas ocupado por alguns cartazes de publicidade municipal, não existindo indicação dos horários para qualquer um dos trajetos que servem os utentes do município.

"Não tenho qualquer informação, só ouvi os motoristas a falar por alto. Nem as pessoas que passam aqui falam sobre o passe único", afirmou Ilda Figueiredo, empregada do café no interior do CCT.

Dois motoristas revelaram esta manhã à Lusa também não ter qualquer indicação sobre a entrada em vigor do passe único no concelho para passar aos utentes que os questionam.

A Lusa contactou esta manhã a Transdev e a Câmara de São João da Madeira, mas a primeira remeteu explicações para mais tarde, enquanto a autarquia ainda não respondeu.

Joana Almeida, estudante de química farmacêutica no Porto, estava interessada em "aderir [ao passe único] se a Transdev aderisse também", mas a resposta que obteve quando questionou a operadora sobre o assunto foi a de que "o preço dos passes continua na mesma e não há nenhuma alteração", se bem que admita não lhe fazer "muita diferença" por ter um desconto de 60%.

Já Luís Silva, utilizador diário do autocarro para ir para o trabalho, disse que se mantém informado sobre através da Internet e que obter informações no CCT "é mais difícil, porque os funcionários da Transdev não foram avisados".

"Agora já começaram a chegar algumas informações, já me disseram que a partir de 01 de maio já terão as máquinas necessárias [nos autocarros]", referiu, explicando que tenciona aderir ao passe único a partir do próximo mês, uma vez que, até lá, "não compensa".

O notário estagiário adiantou que tem um passe para utilizar no Porto e outro da Transdev, gastando atualmente 130 euros. Quando a operadora tiver os validadores do Andante instalados nos seus autocarros, o passe único vai-lhe permitir viajar de São João da Madeira ao Porto por 40 euros.

"O carro só vai servir para chegar aqui [CCT]. Mesmo que demore mais tempo não interessa, poupo dinheiro, não penso no trânsito, posso dormir, ler, fazer o que me apetecer e não há problema de estacionamento. Os comboios também vão ter o passe único, não vejo porque não posso apanhar o comboio até ao limite da AMP. A nível de mobilidade faz toda a diferença, não consigo justificar o uso de um carro", finalizou.

Na viagem das 09:00 para o Porto, o autocarro recebeu estudantes, pessoas que se deslocavam para o trabalho e outras para consultas hospitalares, num trajeto que durou mais de uma hora e que ainda parou no concelho vizinho de Santa Maria da Feira. Durante todo o caminho, nenhuma pergunta foi colocada ao motorista acerca do passe.

O novo passe Andante Metropolitano custa no máximo 40 euros mensais por utente e permite viajar em todos os operadores de transportes públicos na AMP integrados na rede Andante, como a CP, STCP e Metro.

É também criado um passe municipal, válido para os 17 concelhos que integram a AMP, com o custo de 30 euros para viagens dentro do concelho ou até três zonas contíguas.

AXYG // JAP

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