Autarcas de Basto exigem conclusão de estrada prometida há 30 anos
Porto Canal / Agências
Mondim de Basto, 18 fev (Lusa) -- As câmaras de Cabeceiras, Celorico e Mondim de Basto exigiram hoje a conclusão de 9,7 quilómetros da variante do Tâmega, ligação de "vital importância" e que foi prometida após o encerramento da linha férrea há 30 anos.
Precisamente devido ao impasse em que se encontra esta estrada, as autarquias solicitaram uma audiência com caráter de urgência ao ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro.
"Os fundos de coesão do próximo Quadro Comunitário de Apoio são a última oportunidade para financiar estas ligações, indispensáveis para o desenvolvimento desta região", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Mondim de Basto, Humberto Cerqueira.
O autarca referiu que a negociação sobre os próximos fundos comunitários ainda está em curso entre o Estado português e a União Europeia e que, apesar das infraestruturas rodoviária já não serem consideradas prioritárias, haverá disponibilidade para "financiar algumas situações que foram ficando para trás e são importantes para algumas regiões".
"E nós temos mesmo necessidade de fazer esta ligação que é absolutamente fundamental", afirmou.
Em causa, segundo explicou, está a conclusão de 9,7 quilómetros da variante do Tâmega, entre Celorico de Basto e o Arco de Baúlhe. Esta estrada já liga, desde 2002, Amarante a Celorico de Basto numa extensão de 17 quilómetros.
O autarca alertou para a "falta de cumprimento" do protocolo celebrado em 1984, entre o município de Celorico de Basto e o então denominado Ministério do Equipamento Social, onde ficou estabelecido que, como contrapartida pelo encerramento da via-férrea do Tâmega, aquele ministério assumia a construção de uma Variante à Estrada Nacional (EN) 210.
Encontra-se também por executar, de acordo com o presidente, a ligação a Mondim de Basto, que corresponde a cerca de três quilómetros, e cuja principal obra passa pela construção de uma ponte sobre o rio Tâmega com 350 metros de extensão.
Em julho de 2010, foi assinado um protocolo entre a EDP, a Estradas de Portugal e o município de Mondim de Basto, que assegurava a concretização desta obra, no âmbito da construção do Aproveitamento Hidroelétrico de Fridão.
"Só que, neste momento, face ao impasse em que se encontra esta barragem, nós não sabemos se é possível construir esta ligação com base nesse protocolo. Portanto o que nós queremos é o que o Governo atenda à nossa preocupação", frisou.
Dos três concelhos, Mondim de Basto é, segundo Humberto Cerqueira, aquele que "está pior servido em termos de acessibilidades", pelo que, estas vias permitiriam a "ligação direta" do concelho a um itinerário principal.
"Nós estamos aqui completamente encravados e sem esta acessibilidade não é possível desenvolver o concelho", sublinhou.
A conclusão da denominada variante do Tâmega permitirá a ligação entre dois "eixos rodoviários fundamentais" no norte do país, o Itinerário Principal 4 (IP4) e a Autoestrada 7 (A7).
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