O feriado de Santo António celebra-se quinta-feira, em Vila Real, com a tradicional feira de gado e o concurso de raça maronesa em vez das marchas, casamentos ou o fogo-de-artifício.

Em Vila Real, o feriado de 13 de junho assinala-se com a feira de gado, cuja origem se perde no tempo e que atrai muitas pessoas à vila de Lordelo.

Virgílio Alves, dirigente do Agrupamento de Produtores de Carne Maronesa, disse hoje à agência Lusa que, nos últimos anos, este certame se converteu essencialmente num concurso nacional da raça maronesa, embora ainda se realizem negócios de compra e venda de animais.

"Trata-se de um desfile dos vários modelos de ferraris da raça maronesa", afirmou.

O concurso resulta do longo trabalho de mimo e preparação dos animais que é feito por parte dos produtores, para que, no dia, desfilem, pé ante pé, pela passadeira de Lordelo.

Depois, são avaliados e premiados os melhores exemplares da raça.

Virgílio Alves referiu que a iniciativa visa ainda divulgar e promover a maronesa, chamando ao mesmo tempo a atenção para uma atividade que está a atravessar "graves dificuldades".

"Hoje o grande drama que se levanta à volta desta atividade está relacionado com as novas obrigações fiscais impostas aos agricultores, que está a criar grandes angústias e insegurança", frisou.

Todos os agricultores com atividade comercial são obrigados a declarar o início de atividade e estão sujeitos a IVA se obtiverem um rendimento anual bruto superior a 10 mil euros. Têm ainda de passar fatura de todas as transações comerciais

Mais do que a diminuição das vendas, o responsável salientou que a grande preocupação do momento são as "quebras na produção". Há cada vez menos produtores de raça maronesa.

"As causas? É tudo. São as novas regras fiscais, está-se a fechar o quadro comunitário de apoio e ainda não se definiu que apoios haverá no futuro, ao que se junta o envelhecimento dos produtores", sublinhou.

A base geográfica da exploração da raça maronesa engloba as regiões naturais das serras do Alvão e do Marão, o vale da Campeã, a veiga de Vila Pouca de Aguiar e a Padrela, num total de 14 concelhos e 300 freguesias.

Mas, em Vila Real, o Santo António é ainda altura para o encontro anual dos Antónios e para a feira dos carrosséis e das barraquinhas que se erguem na zona envolvente à estação.

No entanto, devido às dificuldades financeiras, o município resolveu acabar com o lançamento do fogo-de-artifício.

E, se o Santo António e o São Pedro já são tradição nesta cidade, os festejos do São João são mais recentes, mas atraem cada vez mais pessoas à zona histórica.

Sob o mote "o comércio tradicional a dar festa à cidade, na noite de 23 para 24 de junho os estabelecimentos comerciais vão ficar abertos e as ruas vão encher-se de pequenas tascas onde se pode saborear a sardinha assada.