Moradores de bairros do IHRU no Porto manifestam-se contra o aumento das rendas

| Norte
Porto Canal / Agências

Cerca de uma centena de moradores em bairros sociais no Porto manifestaram-se em frente ao edifício do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) contra "os aumentos abruptos das rendas e contra a falta de condições nas casas".

Representantes dos moradores foram recebidos no instituto, onde entregaram uma moção na qual "os moradores dos bairros sociais do IRHU exigem que as rendas sejam adequadas aos rendimentos das famílias, que sejam aplicadas de forma gradual, e ainda, que sejam concretizadas as obras de melhoramento das habitações".

António Pereira, líder da comissão de protesto, explicou que "existem casos de aumentos de renda bastante violentos e que chegam a atingir os 1.000%".

"Em meia dúzia de meses os aumentos atingem valores incomportáveis. Existem pessoas que tinham rendas de 28 euros a passaram para 315. Não há adjetivo para qualificar o que o IHRU está a fazer", explicou o morador do bairro de Ramalde do Meio, no Porto.

António Pereira esclareceu ainda que "a lei que prevê os aumentos das rendas já existe desde 1993" e considerou que "se nessa altura tivesse sido aplicada de forma gradual, num período de 10 anos, hoje não haveria motivo para manifestar".

"Não somos contra os aumentos. Queremos é que aumentem de forma gradual. A maioria dos bairros estiveram mais de 20 anos sem os aumentos, ou com aumentos irrisórios. Por isso agora façam-no de forma gradual. É só o que pedimos", explicou ainda.

O líder da comissão de protesto que hoje esteve em frente ao IHRU com tarjas e palavras de ordem contra os aumentos das rendas admitiu ainda que receberam "uma notificação a garantir que serão feitas obras em alguns bairros da cidade" mas explicou que "não é apenas isso que estão a exigir".

"Já nos informaram que, numa primeira fase, serão feitas obras nos bairros de Paranhos, Ramalde do Meio e Amial. Mas não é só obras que nós queremos. A nossa luta agora é para que não aumentem as rendas da forma como pretendem", afirmou António Pereira, que admitiu ainda que no bairro onde é morador as condições são "degradantes".

"É difícil explicar como estão as casas. Entra água nas cozinhas, na sala, nos quartos... Em todo o lado. As casas estão cheias de humidade. Fizeram uma requalificação no bairro há mais ou menos 10 anos, colocaram portas e janelas novas, mas não vedam nada. Entra água por todo o lado", garantiu ainda indignado.

O IHRU entretanto, já havia tomado uma posição em relação a esta questão, explicando em comunicado que a atualização das rendas nos bairros do Porto "será faseada em três anos", e que, em 238 das 1.262 habitações em causa, corresponde a uma descida de valores.

Em relação a essa descida de valores, António Pereira garantiu que nada lhes foi comunicado e mostrou-se reticente.

"Não nos foi informado nada sobre essa questão das descidas de valores. Mas a ser verdade, teremos que ver a quem vão baixar. Teremos que ver os critérios que vão utilizar também para a atribuição dessas descidas", finalizou ainda.

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