Mais de 4.000 trabalhadores saíram dos principais bancos em 3 anos de prejuízos
Porto Canal / Agências
Lisboa, 17 fev (Lusa) -- Mais de quatro mil trabalhadores saíram dos principais bancos nos últimos três anos, período em que o setor acumulou prejuízos, dos quais 1.200 em 2013, segundo contas feitas pela Lusa a partir da informação divulgada pelas instituições.
O maior número de saídas aconteceu no BCP que, entre 2011 e 2013, cortou 1562 postos de trabalho na atividade em Portugal, a maior parte dos quais em 2012 (mais de 1.000) e 398 no ano passado.
O banco liderado por Nuno Amado tem ainda de reduzir mais de 1.000 trabalhadores até 2017 para chegar ao final desse ano com 7.500, segundo o acordo feito com Bruxelas, um número que pode ser reduzido em função dos cortes salariais que estão a ser negociados com os sindicatos.
Também o BPI registou um número considerável de saídas nos últimos três anos: 1.182. Em 2013, saíram 126 colaboradores, fechando o ano com 6.274 funcionários.
Segundo o presidente do BPI, Fernando Ulrich, o banco ainda tem de reduzir 274 trabalhadores até final de 2015 para cumprir o plano de Bruxelas de 6.000 colaboradores em Portugal.
Já na Caixa Geral de Depósitos (CGD) foram 893 as saídas registadas, com a maior parte a acontecer o ano passado, quando saíram 500 trabalhadores. Em Portugal, a CGD tinha 9.892 funcionários no final de dezembro.
Saídas menos significativas aconteceram no Santander Totta e no BES nos últimos três anos: 246 e 213, respetivamente.
No ano passado, saíram 106 trabalhadores do BES e 91 do Totta, tendo agora o banco liderado por Ricardo Salgado 7.371 trabalhadores em Portugal e a instituição dirigida por António Vieira Monteiro 5.453 funcionários.
Além das reduções de trabalhadores nos principais bancos, destaque ainda para os mais de 600 colaboradores que saíram do Banif em 2012 e 2013, a que se somam os mais de 400 do britânico Barclays, que está a reestruturar a sua operação em Portugal.
A saída de milhares de trabalhadores da banca, que acompanha também o fecho de centenas de balcões, acontece em três anos muito negativos, durante os quais foram registados prejuízos históricos.
Em 2011, apenas o Santander Totta teve lucros, com os restantes quatro maiores bancos a operarem em Portugal a registarem prejuízos acumulados de 1.587 milhões de euros. Já em 2012, além do Totta, também o BES e o BPI tiveram resultados positivos, mas insuficientes para evitarem que o setor fechasse no 'vermelho' perante os prejuízos de 1.219 milhões de euros do BCP e as perdas de 395 milhões de euros da Caixa.
Por fim, em 2013, o BES regressou a resultados negativos (517,6 milhões de euros), juntando-se à CGD (575,8 milhões de euros) e ao BCP (740 milhões de euros). Já BPI e Santander Totta tiveram lucros, de 66,8 milhões de euros e 102 milhões de euros, respetivamente.
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