Autarca da Póvoa de Varzim reivindica presença da ANMP em Bruxelas para estudar fundos
Porto Canal com Lusa
Bucareste, 14 mar (Lusa) - O presidente da Câmara da Póvoa de Varzim considerou hoje "inacreditável" que a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) não tenha uma representação na União Europeia (UE) que permita ao país ter mais força no acesso a fundos.
"O país, às vezes, limita-se a programas nacionais. Em Bruxelas, há muitos outros programas e Portugal, se tivesse mais organização e se trabalhassem mais em conjunto e menos individualmente, com certeza poderíamos ter acesso a esses fundos", disse Aires Pereira (PSD).
O autarca, que falava aos jornalistas em Bucareste, na Roménia, onde hoje e sexta-feira decorre a 8.ª Cimeira Europeia das Regiões e dos Municípios, destacou uma proposta feita recentemente na Área Metropolitana do Porto para reivindicar uma presença da ANMP na UE.
"Acho inacreditável como é que ao fim destes anos todos a Associação Nacional de Municípios não tem uma representação em Bruxelas. Ao fim de quase 25 anos de presença na União Europeia isto é incompreensível. Podíamos ir a projetos com outra dimensão, mas a ausência de regiões em Portugal torna difícil esta concorrência", disse.
Aires Pereira, líder de uma autarquia do distrito do Porto que viu serem-lhe aprovados 12 milhões de euros de investimento no âmbito de candidaturas a fundos do Portugal 2020, defendeu a importância de "fazer com que esta Europa seja cada vez mais a Europa dos cidadãos".
"É importante que desapareçam as barreiras que ainda existem entre a Europa do Sul e a Europa Central, ou seja, aquilo que costumamos referir-nos como a Europa dos ricos e a Europa dos menos ricos", referiu, lamentando, depois, que em Portugal a regionalização seja um tema adiado.
"Tivemos um processo de descentralização que vai ficar praticamente na gaveta. Os maiores municípios não aderiram. E de um momento para o outro voltou a abrir-se a discussão das regiões. Penso que estamos sempre a abrir portas sem fechar a primeira", apontou.
Quanto ao Brexit, Aires Pereira mostrou-se otimista, considerando que "Portugal tem uma relação ancestral com a Inglaterra que de certeza continuará".
A Cimeira Europeia das Regiões e dos Municípios, que acontece de dois em dois anos, foi criada com o objetivo de garantir que os órgãos de poder local e regional contribuem plenamente para os debates mais relevantes na UE.
O Comité das Regiões Europeu, criado em 1994 na sequência da assinatura do Tratado de Maastricht, é a assembleia da UE dos representantes regionais e locais dos 28 Estados-membros, sendo atualmente composto por 350 membros efetivos, 12 deles portugueses.
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