Salão do livro de Pontevedra dedicado à lusofonia quer saldar "dívida pendente"

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Porto Canal com Lusa

Redação, 11 mar (Lusa) - A vereadora Cultura da Câmara de Pontevedra disse hoje que a Galiza quis pagar uma "dívida pendente" com a lusofonia ao escolher a cultura da "língua irmã" para tema da vigésima edição do Salão do Livro da cidade galega.

"Quisemos unir-nos à cultura lusófona e fazê-la protagonista nos 20 anos do Salão do Livro de Pontevedra", dedicado à literatura infantil e juvenil. "Era uma dívida pendente. Trata-se de falar, ler, contar e ouvir na nossa língua irmã", afirmou hoje à agência Lusa, Carme Fouces.

A vereadora da Cultura da Câmara de Pontevedra adiantou que a "Revolução" é o tema da XX edição do certame, que vai decorrer de 22 março a 12 de abril, no Paço da Cultura daquela cidade da Galiza.

"Todos os países de língua portuguesa têm na sua história alguma revolução a partilhar. É isso que pretendemos, uma cultura partilhada", sustentou.

Carme Fouces referiu que o Salão do Livro de Pontevedra "é um dos eventos literários infantojuvenil mais importante de todo Noroeste Peninsular", por onde passam, anualmente, "entre 17 a 20 mil pessoas".

"É o único salão com estas características no Noroeste Peninsular e na sua vigésima edição fizemos uma seleção do melhor que há da cultura lusófona", disse, adiantando que ao longo de "quase quatro semanas haverá inúmeras atividades para alunos e as famílias, que envolverão escolas, universidades, livrarias e sociedade civil, em sessões de poesia, congressos, teatro, música, entre outros".

A coordenadora do Salão do Livro de Pontevedra, Eva Mejuto, adiantou que o objetivo da vigésima edição é "reforçar a ligação entre a língua galega e a portuguesa".

"Há muitos séculos as nossas línguas foram uma só e achamos que esta é a forma de estabelecer pontes para aumentar a interação entre a literatura infantojuvenil da Galiza e de Portugal e de toda a lusofonia", sustentou.

A responsável admitiu que apesar da proximidade geográfica entre os dois países, a ligação cultural ainda não foi devidamente trabalhada.

"Não existe tanta ligação como gostaríamos de ter e pensamos que com este evento, ao convidarmos autores, ilustradores e editoras, vai ser possível consciencializar os jovens galegos. Há 250 milhões de pessoas no mundo com as quais nos podemos ligar através da nossa língua. A literatura é uma maneira de conhecer o mundo e de viajar até outros países e culturas. A literatura juvenil, a poesia, os contos e a música servem para conhecermos todos os países lusófonos", especificou.

"É necessário estreitar os laços, atravessar oceanos e cruzar as pontes, os rios que nos separam para sermos cada vez mais próximos", frisou.

O salão do livro tem o apoio da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e do Instituto Camões-Centro Cultural Português, em Vigo.

Entre as personalidades convidadas para o evento, Eva Mejuto destacou a escritora, jornalista e tradutora brasileira Marina Colasanti, os ilustradores André Neves e Roger Mello, Prémio Hans Christian Andersen de literatura infantil, a ilustradora, editora e mediadora de leitura Mafalda Milhões, promotora do projeto livreiro Bichinho de Conto, Ana Biscaia, Prémio Nacional de Ilustração de Portugal, e o escritor Afonso Cruz, entre outros nomes.

Apontou ainda as ilustradoras Ana Seixas, Eva Vieira, Margarida Botelho e Cátia Vidinhas, assim como o editor, ilustrador Pedro Seromenho, que também integram o painel de convidados, tal como os escritores Pedro Messeder e Ana Pessoa.

A companhia Andante Teatro, irá apresentar um espetáculo para bebés baseada em poemas de Fernando Pessoa e o músico João Afonso será um dos convidados convidado do espetáculo de Maria Fumaça.

"Os livros podem revolucionar e mudar o mundo e, este, é um dos eventos de literatura infantojuvenil mais antigos que há em toda a Espanha. São muitos anos a celebrar a literatura porque queremos que os livros continuem a invadir, ano após ano, as ruas da cidade Pontevedra", disse a coordenadora do salão do livro que "abre dia 22 com uma exposição de 35 ilustradores portugueses".

Destacou que apesar de ser um certame dirigido às crianças e jovens, tem um programa que inclui atividades "que vão para além do Paço da Cultura e se espalham por toda a cidade e para todos os públicos, desde as sessões de cinema lusófono, às sessões nas livrarias, nas escolas, nas praças, e em espaços de diversão noturna".

ABYC // MAG

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