Bienal de Artes Contemporâneas quer criar nova cartografia artística no país - diretor

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 18 fev (Lusa) - A BoCA - Bienal de Artes Contemporâneas regressa este ano, em segunda edição, com o objetivo de "continuar a criar uma nova cartografia artística em espaços menos convencionais" no país, salientou hoje, em Lisboa, o diretor artístico, John Romão.

Depois de a BoCA se ter focado, na primeira edição, em 2017, nas cidades de Lisboa e Porto, este ano alarga a sua atividade a Braga, perfazendo três palcos que acolherão, de 15 de março a 30 de abril, um total de 22 estreias mundiais, 15 nacionais, com a presença de 52 artistas portugueses e estrangeiros.

Questionado pela agência Lusa sobre o que distingue a BoCA de outros eventos artísticos, John Romão destacou: "É essa sinergia inédita que desenvolve entre territórios artísticos, instituições culturais, públicos diversos e as cidades".

A programação completa do evento - que coloca em diálogo as artes visuais, a performance, as artes cénicas e a música - foi hoje apresentada pelo diretor artístico no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

Para John Romão, o que caracteriza a bienal, em segunda edição, "é a atividade continuada da itinerância, que define a própria BoCA, e das obras migrarem no período do evento, e ao longo do ano e do ano seguinte, em que se continua a sua difusão".

Este ano, com "propostas mais experimentais e contemporâneas", decidiram convidar Braga a juntar-se à rede da bienal, cuja autarquia "mostrou muita recetividade", para acolher as propostas da organização.

"A cidade está com um crescimento incrível a nível cultural. Oferece outro tipo de espaços, nomeadamente patrimoniais, que por vezes os grandes centros não permitem", disse, dando o exemplo do Mosteiro de Tibães, o Museu Dom Diogo de Sousa, ou o Museu dos Biscainhos.

"Mas também oferece outros equipamentos culturais de programação contemporânea, o que dá um equilíbrio interessante para a programação", disse o responsável.

Também em Lisboa, a organização apresentará projetos em espaços menos comuns, como o Padrão dos Descobrimentos, a Estufa Fria, ou a Cisterna da Faculdade de Belas Artes: "Propomos criar uma nova cartografia para que o espetador possa percorrer e encontrar novas propostas artísticas".

Questionado sobre o público recebido na primeira edição, John Romão disse que houve "uma boa adesão, com público muito diversificado", respondendo ao que interessa sobretudo à BoCA: "Criar uma sinergia entre espaços diferentes e públicos diferentes".

"O grande objetivo é juntar pessoas diferentes perante uma mesma obra", sublinhou, para "ampliar o pensamento, criar outras ideias sobre aquela matéria, que se tornará, certamente, mais rica".

A diversidade da programação da bienal também passa pelos convites a artistas que saem do seu espaço habitual de criação, como é o caso do desafio lançado a Marlene Monteiro Freitas, coreógrafa que irá apresentar pela primeira vez uma instalação no Mosteiro de São Bento da Vitória, no Porto.

John Romão deu ainda como exemplo Meg Stuart e William Forsyte, outros dois coreógrafos que irão apresentar instalações pela primeira vez em Portugal, em Lisboa, a primeira, na Capela das Albertas, do Museu Nacional de Arte Antiga, e o segundo em três museus das três cidades.

"Interessa-nos muito dar a conhecer outras vertentes que os artistas exploram", sublinhou, dando também como outro exemplo o escritor Gonçalo M. Tavares que, com Os Espacialistas, irão apresentar pela primeira vez uma performance.

O orçamento do festival ascende, a este ano, cerca de 450 mil euros, e conta sobretudo com o apoio da Direção-Geral das Artes, das câmaras de Lisboa, Porto e Braga, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Millennium BCP, entre outros parceiros.

AG // MAG

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