Brasil deve investigar suposta ação de atiradores de elite em favelas do Rio de Janeiro - ONG

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Porto Canal com Lusa

São Paulo, Brasil, 18 fev (Lusa) - O Brasil deve investigar as alegações de que atiradores de elite da polícia mataram pelo menos duas pessoas num bairro pobre do Rio de Janeiro no final do mês passado, defendeu hoje a Human Rights Watch (HRW).

Segundo a organização não-governamental, há pelo menos três casos suspeitos de disparos de tiros que podem ter sido realizados do cimo de uma torre da polícia, que provocaram dois mortos e um ferido na favela de Manguinhos.

Carlos Eduardo Santos Lontra, de 27 anos, foi morto a tiro no dia 25 de janeiro numa pequena praça no final da Rua São Daniel, na favela de Manguinhos.

Quatro dias depois, Rômulo Oliveira da Silva, de 37 anos, também foi morto a tiro, enquanto passava de moto por uma banca de vegetais na mesma praça.

Um terceiro homem, um operário de construção de 22 anos, foi baleado na praça no mesmo dia de Rômulo e sobreviveu.

O homem ferido, disse a HRW, foi atingido por um tiro disparado de uma torre dentro da Cidade da Polícia, o principal complexo policial civil do Rio de Janeiro.

A HRW informou que "moradores afirmam que os tiros vieram de uma torre dentro do complexo principal da polícia civil do Rio de Janeiro, a força policial que realiza investigações criminais dentro do estado, e que as pessoas mortas não representavam uma ameaça para ninguém quando foram baleadas".

"Uma investigação independente dessas mortes é absolutamente necessária. Dada a possibilidade de que o assassino seja um policial civil atirando de uma instalação da polícia civil, a investigação não deve ser liderada pela polícia civil, mas por promotores estaduais e pela polícia federal", acrescentou Daniel Wilkinson, diretor das Américas da HRW.

O comunicado da HRW relata que pelo menos outras quatro pessoas foram mortas em 2018 na mesma praça, como resultado de tiros que os moradores acreditam ter vindo da torre da polícia civil.

A polícia do Rio de Janeiro matou 1.530 pessoas em 2018, segundo informações divulgadas pelo Instituto de Segurança Pública (ISP).

Este foi o maior total anual registado no estado desde que o ISP começou a coletar este tipo de dado em 1998.

A HRW frisou que estes são os casos em que a polícia informou que matou suspeitos em serviço, mas "muitos assassínios cometidos pela polícia são execuções extrajudiciais ilegais" não registadas.

CYR // VM

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