Biblioteca Nacional assinala centenário de editor Augusto da Costa Dias com exposição

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 15 fev (Lusa) -- A Biblioteca Nacional, em Lisboa, vai assinalar o centenário do nascimento do editor e opositor à ditadura Augusto Palhinha da Costa Dias com uma exposição, a inaugurar na segunda-feira e patente até 11 de maio.

De entrada livre, a exposição recorda o historiador e sociólogo da cultura nascido em 12 de fevereiro de 1919, em Trouxemil, no distrito de Coimbra, que veio a abrir a editora e distribuidora Guilda do Livro e do Disco com António José Saraiva, "a coberto da qual circulavam obras proibidas em Portugal".

Licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1954, foi proibido de dar aulas, o que o levou -- com Alberto Ferreira e José Marinho -- a fundar uma "Sala de Estudos André de Resende", toda ela em nome das respetivas mulheres, sem menção ao apelido de casadas, como recorda a biografia disponibilizada pela Biblioteca Nacional.

Criador do suplemento DL Juvenil no Diário de Lisboa, com Mário Castrim, Tóssan e Figueiredo Sobral, lançou ainda o República Juvenil com a mulher, Maria Helena Costa Dias.

Augusto da Costa Dias sucedeu a Jorge de Sena à frente da Portugália Editora, depois da saída do escritor para o Brasil, em 1959, tendo fundado a Coleção Portugália, que veio a publicar nomes como António Borges Coelho, José Tengarrinha e Oliveira Marques, entre outros.

Na mesma editora, estabeleceu a Coleção Poetas de Hoje, que editou autores desde Carlos de Oliveira a José Gomes Ferreira, passando por António Ramos Rosa, Mário Dionísio, Eugénio de Andrade ou Vergílio Ferreira.

"Anos de ouro da Portugália Editora que contribuíram para a reafirmação de escritores submersos pela intolerância da ditadura, não obstante a diversidade ideológica dos autores, e ainda para a revelação de novos valores literários como Almeida Faria, Rebordão Navarro, Fiama Pais Brandão, Herberto Helder, Gastão Cruz, Luísa Neto Jorge, entre tantos outros", acrescenta a Biblioteca Nacional.

Estreou-se no ensaio com "Crise da consciência pequeno-burguesa em Portugal -- o nacionalismo literário da geração de 90", que começou a escrever enquanto preso político, no Aljube, sendo influenciado por autores que partiram do marxismo para se afirmar em nome próprio como Gramsci ou Lukács.

Já no final da década de 1960, foi diretor de publicidade, tendo criado, com Francisco Pinto Balsemão, a secção portuguesa da International Advertising Association.

Devido à doença que o afligiu, não chegou a dar aulas na Faculdade de Letras onde se formou, após o 25 de Abril, morrendo em 09 de março de 1976, pouco menos de um ano depois de a irmã, Maria Luísa Palhinha da Costa Dias, também ela várias vezes presa -- e torturada - pela PIDE, ter perdido a vida num acidente de viação.

Após a morte de Augusto da Costa Dias, escreveu sobre ele José Gomes Ferreira: "Um dia, quando se apagarem certas paixões compreensíveis, se medirá numa balança de cristal o que a cultura portuguesa ficou a dever a este homem".

TDI // MAG

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