Guiné-Bissau/Eleições: Há setores da sociedade política que não querem eleições - PM
Porto Canal com Lusa
Bissau, 11 fev (Lusa) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, disse hoje que há setores da sociedade política do país que não querem ir a eleições e "querem perturbar", referindo-se ao novo pré-aviso de greve apresentado pelos sindicatos dos professores.
"Toda esta situação acontece porque há setores da nossa sociedade, sobretudo da sociedade política, que não querem ir a eleições e que querem perturbar", afirmou o primeiro-ministro, quando questionado pelos jornalistas sobre a nova greve marcada pelos professores do país.
Os três sindicatos representativos dos professores da Guiné-Bissau apresentaram hoje um novo pré-aviso de greve para começar na quinta-feira e terminar a 07 de março, exigindo do Governo o pagamento de salários em atraso, referentes ao ano de 2003, e a divulgação no Diário Oficial da revisão do Estatuto de Carreira Docente.
"Não estou a perceber que sindicatos e professores, porque com os professores efetivos que estão a trabalhar não há dívidas. Há uma dívida que é anterior ao nosso Governo, já lhes expliquei ainda ontem, que é uma dívida com o pessoal que se diz contratado e chamados novos ingressos", sublinhou.
O primeiro-ministro insistiu que foi feito um pagamento na sexta-feira e que, em princípio, hoje fica disponibilizado nas respetivas contas bancárias dos professores.
"Eu não vejo porque é que aqueles que estão a trabalhar, que são professores efetivos, que beneficiaram do aumento de salários, em relação aos quais nós temos os pagamentos em dia e não vejo as razões para um novo pré-aviso de greve", lamentou o primeiro-ministro.
Aristides Gomes salientou também que é preciso a população da Guiné-Bissau "assumir os destinos do país" e que a opinião pública se pronuncia sobre o estado das coisas que não beneficiam o desenvolvimento.
A Guiné-Bissau realiza eleições legislativas a 10 de março. A campanha eleitoral tem início no sábado e vai decorrer até 08 de março.
As eleições estiveram previstas para novembro do ano passado, mas foram adiadas devido a atrasos no recenseamento eleitoral.
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