Europeias: CDS contra os impostos europeus e pela manutenção do veto
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 10 fev (Lusa) -- A presidente do CDS e o cabeça-de-lista às europeias defenderam hoje, a duas vozes, a manutenção do veto de Portugal a novos impostos europeus e lançaram um forte ataque ao PS e ao Governo.
Primeiro Nuno Melo, mais duro e incisivo no discurso, e depois Assunção Cristas recusaram a hipótese, que o PS e António Costa dizem admitir, de abandonar a regra da unanimidade na política fiscal na União Europeia, repetindo argumentos já usados no debate quinzenal com o primeiro-ministro, no parlamento.
"Não abrimos mão do nosso direito de veto" e "não aceitamos que outros ponham impostos nas nossas costas", afirmou Cristas, no encerramento da convenção europeia do partido, hoje à tarde, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
O eurodeputado Nuno Melo, que volta a ser cabeça-de-lista do CDS nas eleições de maio, também recusou "mais impostos", sejam eles europeus ou nacionais, declarando, pelos centristas: "Estamos cansados dos impostos".
E avisou, já em tom de comício, que, por ele, "esta capacidade soberana do Estado", de aprovar impostos, "não está à venda em Bruxelas", e ironizou: "Qualquer dia, respiramos impostos".
Nuno Melo respondeu ainda aos argumentos de Costa, segundo os quais esta tributação, sobre grandes empresas da área digital, a ser criada, não teria repercussões no contribuinte português, dado que esse é dinheiro que não é pago nos países nem na União Europeia.
O eurodeputado centrista socorreu-se de uma frase de Margaret Thatcher, a ex-primeiro-ministra britânica, para dizer que, "em impostos não, adianta dizer que é outra pessoa que os vai pagar".
Essas empresas, argumentou, irão sempre repercutir "quem compra", aos clientes.
Apontando a Costa e à política europeia do Governo, Melo acusou-o de aceitar acabar com a regra da unanimidade na questão fiscal, e deu um exemplo: "Se 16 países lançarem impostos sobre Portugal, para o dr. António Costa é normal, não vai dizer não."
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