Quem questiona se país é vítima de corrupção, questiona o inquestionável

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 07 fev (Lusa) - O antigo ministro da Economia Álvaro Santos Pereira considerou hoje que quem duvida que Portugal é vítima de corrupção "está a questionar o inquestionável", depois do trabalho que coordenou na OCDE ter sido questionado pelo Governo português.

Questionado pelo deputado do CDS-PP sobre as acusações que tinha feito de "compadrio entre o Estado e privados", na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas, Álvaro Santos Pereira lançou: "quem questiona se o nosso país é vítima de corrupção, está a questionar o inquestionável".

No parlamento, em 16 de janeiro, o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, sublinhou a importância de combater "em todas as circunstâncias" a corrupção, mas disse que "identificar o problema da corrupção como fator de degradação da economia portuguesa é desviar a atenção de coisas importantes" como as dificuldades de acesso ao capital e de qualificação de recursos humanos e as baixas taxas de poupanças.

"E fico bastante desapontado que o contributo que a OCDE tem para dar à economia portuguesa é pôr o combate ao problema da corrupção como uma coisa mais importante, por exemplo, que a qualificação dos portugueses e dar um sinal ao mundo que estamos ao mesmo nível que a Nigéria ou do que o Iraque", disse então.

No início do mês de janeiro, o jornal Expresso indicou que a corrupção é destacada, pela primeira vez, num relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a economia nacional, que é publicado a cada dois anos.

O jornal referiu que, na base desta conclusão, está o trabalho da equipa do antigo ministro Álvaro Santos Pereira, o Economic Survey, um radar da OCDE sobre a economia portuguesa.

De acordo com o jornal online Observador, o esboço de relatório da OCDE sobre as perspetivas económicas para Portugal - o Economic Survey -, inclui referências a casos mediáticos de corrupção na política e nos negócios, com referência ao envolvimento de José Sócrates na Operação Marquês, e apresenta propostas de alteração legislativa e a reformulação do sistema de recursos de forma a impedir manobras dilatórias por parte das defesas.

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