CPLP disponível para contribuir no repatriamento do espólio de Amílcar Cabral
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 07 fev (Lusa) - O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Francisco Ribeiro Telles, manifestou hoje "toda abertura e disponibilidade" daquela organização em "contribuir" para uma solução de repatriamento do espólio de Amílcar Cabral para a Guiné-Bissau.
"Em relação ao espólio de Amílcar Cabral assente na Fundação Mário Soares, ainda não fomos contactados por nenhuma das partes, mas desde já manifesto toda a abertura e disponibilidade da CPLP em contribuir para que seja dada uma solução a essa matéria", disse.
O secretário executivo da CPLP falava aos jornalistas, em Lisboa, no final de um encontro com o presidente do parlamento cabo-verdiano e presidente em exercício da Assembleia Parlamentar da CPLP.
A Guiné-Bissau quer recuperar os manuscritos do líder histórico das independências da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, que se encontram à guarda da Fundação Mário Soares, em Portugal.
Recentemente, o embaixador guineense em Cabo Verde, M'Bala Alfredo Fernandes, anunciou que contam para isso com o apoio de Cabo Verde, Portugal e da CPLP.
O Conselho de Ministros guineense mandatou, entretanto, os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Educação para trabalharem na definição do "melhor quadro para a recuperação e consequente repatriamento do espólio", considerado "património histórico e cultural" do país.
Quanto à forma de apoio, Francisco Ribeiro Telles adiantou que terá que ser discutida com as partes envolvidas.
Nascido na Guiné-Bissau a 12 de setembro de 1924, filho de cabo-verdianos, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, lançando as bases do movimento que levaria à independência das duas antigas colónias portuguesas.
Foi assassinado a 20 de janeiro de 1973, em Conacri, em circunstâncias ainda hoje não totalmente claras, antes de ver os dois países tornarem-se independentes.
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