Criada associação para "gestão mais flexível" do Festival Dias da Dança no Porto

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Porto Canal com Lusa

Porto, 05 fev (Lusa) -- A Associação Dias da Dança, criada em 2018 para organizar aquele festival do Porto, Matosinhos e Vila Nova de Gaia, pretende dar uma "gestão mais flexível" e "menos dependente da estrutura camarária" ao evento, revelou hoje a presidente.

"A Câmara do Porto, que sempre foi o principal patrocinador, queria uma gestão mais flexível, que permitisse um sistema de angariação de serviços e contratação menos dependente da estrutura camarária. Por outro lado, entendeu envolver a sociedade civil e considero que é importante e nobre a sociedade civil envolver-se mais", explicou Rosário Gamboa, presidente da associação, em declarações à Lusa.

De acordo com a certidão notarial a que a Lusa teve acesso, a associação, com sede na morada do Teatro Rivoli, foi criada em outubro de 2018 por 13 pessoas, nomeadamente Rosário Gamboa, que até abril representava a autarquia portuense na Casa da Música, Tiago Guedes, diretor do Teatro Municipal do Porto, Jorge Garcia Pereira, arquiteto que esteve à frente do projeto de reconversão do Matadouro até 2016, e Francisca Carneiro Fernandes, ex-presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional de São João (substituída no cargo em março).

Em dezembro, a Câmara do Porto aprovou, em reunião do executivo, atribuir 385,4 mil euros "não sujeitos a IVA", como "apoio à Dias da Dança -- Associação de Artes Performativas", com vista à "concretização da programação da edição de 2019 do Festival", com realização prevista para "24 de abril a 12 de maio", segundo o documento a que a Lusa teve acesso.

No documento, refere-se que o município do Porto "considera dever assumir a responsabilidade de assegurar parte do financiamento da edição de 2019 do Festival", garantindo-lhe "os meios financeiros necessários, em linha com o montante que o município vinha a suportar".

Em 2016, na primeira edição do festival promovido pelas três cidades da Frente Atlântica (Porto, Gaia e Matosinhos), o presidente da autarquia portuense apontou em 253 mil euros o orçamento total do evento e em 151 mil euros a comparticipação da câmara portuense.

A edição de 2017 contou com um orçamento de 434 mil euros, 190 mil dos quais da autarquia do Porto e a de 2018 com um total de 583 mil euros.

Contactadas pela Lusa, as câmaras de Matosinhos e Gaia disseram ter "conhecimento" da criação da associação para o festival que teve a primeira edição há dois anos, por iniciativa das três cidades da Frente Atlântica.

Fonte da autarquia gaiense observou que os municípios vizinhos do Porto foram "convidados a integrar" a associação, mas Gaia "optou por não" o fazer.

A presidente da associação, Rosário Gamboa, esclareceu que a intenção da associação é "ajudar o festival a ganhar consistência, maturidade e alguma autonomia".

"O objetivo é pensar o festival, continuar a assegurar a sua dinâmica forte e estruturar mecanismos para o seu desenvolvimento e sustentabilidade", justificou.

Pretende-se, também, "alargar e expandir o festival o mais possível", tendo como "um dos objetivos essenciais usar a cultura como instrumento de coesão social".

A ex-presidente do Instituto Politécnico do Porto assinala estar em causa "um dos maiores festivais da Europa", com "um impacto internacional muito grande", nomeadamente pela realização de "masterclasses [aulas especializadas] para estudantes e programadores".

"Gaia e Matosinhos continuam a fazer parte [do festival]. A nossa ideia é que o festival seja um palco interativo. Temos a intenção de que a dinâmica se possa alargar e conseguir que a nossa atividade possa ajudar ao desenvolvimento de outros focos", explicou Rosário Gamboa.

De acordo com a proposta da Câmara do Porto aprovada em dezembro, "no âmbito da política cultural para a cidade, o município reconhece a importância estratégica" do evento "enquanto o maior festival de dança contemporânea a nível nacional".

O documento refere tratar-se de um evento "de periodicidade anual, anteriormente e desde 2016 coorganizado pelos municípios de Porto, Matosinhos e Gaia, em coprodução com sete instituições culturais de referência destas três cidades" e "sustentado por inúmeras parcerias institucionais, artísticas, de comunicação, difusão e logísticas entre outras"

A proposta é justificada com "a necessidade de assegurar com a máxima celeridade possível todas as diligências necessárias a garantir a realização da edição de 2019 do Festival".

De acordo com o documento, "a Dias da Dança -- Associação de Artes Performativas, é uma estrutura criada em outubro de 2018, que nasce de uma determinação comum, partilhada por vários elementos da sociedade civil, assente na promoção e no desenvolvimento do setor das artes performativas em Portugal, num âmbito geral, e no da dança em particular".

Refere, ainda, a "vasta abrangência" do evento e o seu "largo alcance no potencial de circulação de obras e na cativação e formação de novos públicos para as artes e a cultura".

A Lusa contactou a Câmara do Porto sobre este assunto, mas não recebeu resposta até ao momento.

ACG // MSP

Lusa/fim

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