Venezuela: PSD apoia reconhecimento de Juan Guaidó e pedido de eleições livres e fiscalizadas
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 04 fev (Lusa) -- O presidente do PSD, Rui Rio, manifestou-se hoje de acordo com o reconhecimento, por parte do Governo português, de Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela e o pedido de eleições "verdadeiramente livres e verdadeiramente fiscalizadas".
"Desde o início que tenho dito que Portugal não pode ter uma atitude divorciada do que é a atitude da União Europeia. Não foi possível a União Europeia toda ela tomar posição, mas os principais países tomaram. Estou de acordo que Portugal esteja, em conjunto com esses países, a fazer as mesmas exigências em relação à Venezuela", afirmou.
Rui Rio alertou que Portugal tem de ter um cuidado especial, devido à grande comunidade portuguesa na Venezuela, mas considerou que o reconhecimento de Guaidó é "mais do que justo e mais do que correto".
"A comunidade internacional tem de ajudar o povo venezuelano, que sozinho não consegue, reclamando eleições presidenciais verdadeiramente livres e verdadeiramente fiscalizadas e controladas pela comunidade internacional", disse.
Portugal reconhece e apoia a legitimidade de Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela com a missão de organizar eleições presidenciais livres e justas, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
"Portugal reconhecerá e apoiará a legitimidade do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como Presidente interino, nos termos constitucionais venezuelanos, com o encargo de convocar e organizar eleições livres, justas e de acordo com os padrões internacionais", disse o ministro numa conferência de imprensa em Lisboa.
Por seu lado, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, informou que acompanha a decisão do Governo, transmitida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, de reconhecer Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela com a missão de convocar eleições presidenciais.
"O Presidente da República, que tem seguido, a par e passo, a evolução na Venezuela e a posição do Governo português, acompanha a decisão que acaba de ser apresentada pelo senhor ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva", lê-se numa nota divulgada na página da Presidência da República na internet.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos da América e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, maioritariamente da oposição, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
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