Comité Olímpico quer abordar problemas desportivos do país a pensar no futuro

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 13 fev (Lusa) -- O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, revelou a ambição de abordar os problemas desportivos do país e preparar o futuro, durante o Congresso Nacional, que vai decorrer em março, na Maia.

"É necessário construir algum pensamento crítico relativamente ao presente, mas também ao futuro e nós temos um contributo a dar nessa matéria. Não é um contributo exclusivo, porque há outras entidades -- de natureza pública e política - que também pensam nestes problemas e têm o seu papel, mas as organizações desportivas têm a responsabilidade de dar o seu contributo ao modo como entendem como o futuro desportivo do país deve ser construído", explicou José Manuel Constantino.

Em declarações à agência Lusa, depois de ter sido revelado o programa do primeiro Congresso Nacional Olímpico, que vai decorrer na Tecmaia, a 03 e 04 de março, o presidente do COP enalteceu a oportunidade de promover o debate entre todos os interessados no olimpismo.

"Não temos nenhum momento que permita juntar técnicos, atletas, dirigentes, pessoas ligadas à gestão desportiva e responsáveis por federações e movimento olímpico para pensar em conjunto alguns dos problemas que se colocam à organização do movimento nacional. O objetivo é esse, criar um fórum de reflexão e debate, entre todas as entidades e agentes ligadas a este fenómeno", sublinhou.

José Manuel Constantino admitiu que o financiamento do desporto e do olimpismo "é um fator crítico", mas salientou que "não é um fator exclusivo nem determinante".

"O tema dos trabalhos não se circunscreve apenas à questão do financiamento, esse é apenas um dos tópicos que selecionámos, cinco estão intimamente associados aos processos de desenvolvimento desportivo, ao sistema desportivo, à organização das federações, aos modelos de financiamento das federações, aos fatores críticos que podem potenciar ou não o desenvolvimento desportivo nacional, a questão do Alto Rendimento, aos modelos organizacionais e um tópico, que foge um pouco a esta linha, que é o da Lusofonia, sobre o papel e a afirmação do desporto e do olimpismo no espaço lusófono", elencou.

Tendo em conta estas temáticas, o COP pretende ajudar no desenvolvimento do desporto nacional, fazendo sugestões aos responsáveis governamentais, mesmo que nem sempre estejam de acordo.

"O Estado tem a sua autonomia, o Governo tem os seus mecanismos próprios de decisão política e nós damos o nosso contributo e o nosso parecer. Provavelmente, em algumas matérias seremos seguidos, noutras não, mas é o nosso parecer e daqueles que representamos. Achamos que com isso estamos a cumprir uma das nossas obrigações, que não é apenas ter uma postura crítica às políticas públicas, mas dar um contributo para que possam melhorar e, no nosso entendimento, ir ao encontro das necessidades do desenvolvimento desportivo do país", frisou José Manuel Constantino.

No congresso vão ser oradores o presidente do Centro de treino de Alto Nível de Barcelona, Joan Anton Camuñas, os professores da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto Jorge Olímpio Bento e João Paulo Vilas Boas, o presidente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior, Pedro Guedes de Carvalho, e o Chefe de Missão Olímpica a Londres2012, Mário Santos.

Após a abertura das inscrições para a iniciativa, o presidente do COP convidou os interessados a "participarem na construção de um pensamento estruturado daquilo que são os problemas que o país atravessa no seu desenvolvimento desportivo", com o objetivo de "avaliar a situação, numa perspetiva de desenvolvimento, de futuro".

JP // NFO

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