Administrador do BES afasta aumento de capital no banco
Porto Canal / Agências
Lisboa, 12 fev (Lusa) -- O administrador do BES Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva afirmou hoje que não está previsto um novo aumento de capital no banco e que a reestruturação do Grupo Espírito Santo serve para simplificar a estrutura, tornando-a mais transparente.
"No banco, a gente não prevê", afirmou o também presidente do Espírito Santo Investment no Brasil, à margem de uma conferência em São Paulo (Brasil), ao ser questionado sobre um possível aumento de capital no BES.
O responsável - que é apontado como um eventuais sucessores de Ricardo Salgado à frente do BES - disse ainda que o banco "continua" a pôr completamente de parte o recurso ao dinheiro público para se recapitalizar e realçou que a reestruturação do Grupo Espírito Santo (GES) tem como objetivo simplificar a estrutura.
"É uma simplificação, uma maior transparência, tanto em termos de governança como em termos de estrutura acionista. Estamos a fazer um exercício similar, digamos, ao que o Governo fez também: redução de custos, 'enxugamento' [redução] de estruturas de que não há necessidade e até, de certa maneira, uma desalavancagem da nossa estrutura acionista", afirmou Ricardo Abecassis Espírito Santo Silva.
O gestor explicou que a estrutura estava "muito diversificada, com muitas atividades", e que algumas delas, atualmente, "não fazem muito sentido". Esta reestruturação, disse, também tem em vista "criar valor para o acionista".
A imprensa tem noticiado que o Grupo Espírito Santo (GES) está em reestruturação para tornar a estrutura mais simples e responder a recomendações do Banco de Portugal.
Com as alterações, a Rioforte (que detinha a área não financeira) passa a ser a 'holding' central do grupo, ficando sob a sua alçada a parte financeira do grupo, com destaque para o BES, mas também a seguradora Tranquilidade, assim como as áreas não financeiras.
O Diário Económico avançou recentemente que, neste processo de reorganização, o GES está a preparar uma Oferta Pública de Troca (OPT) da Rioforte sobre 51% do capital disperso em bolsa da Espírito Santo Financial Group (ESFG), no qual estão o BES e a Tranquilidade, para incorporar a totalidade do seu capital na Rioforte.
Entretanto, segundo o Jornal de Negócios, o BES tomou medidas para "acomodar nas suas contas os desequilíbrios financeiros detetados" pelo Banco de Portugal em alguns grandes clientes bancários, o que terá atrasado a apresentação dos resultados de 2013, marcada para esta quinta-feira após o fecho do mercado. O banco terá reforçado imparidades e melhorado a solidez, tendo conseguido dispensar um novo aumento de capital.
O GES desfez-se recentemente da posição que tinha na Zon e o BES reduziu a uma participação marginal a posição que detinha na EDP. Está ainda prevista a dispersão em bolsa de parte do capital da 'holding' Rioforte, depois de o mesmo ter sido feito com a Espírito Santo Saúde, o que aliado a outras operações do grupo poderá levar ao encaixe de cerca de mil milhões de euros este ano.
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