Professora sul-africana envolvida em polémica racial contesta suspensão da escola

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Joanesburgo, 15 jan (Lusa) - A professora sul-africana suspensa depois da difusão de uma foto com alunos negros e brancos separados na sala de aula contestou hoje a decisão, considerada "ilegal" por um sindicato, que assegura que estavam reagrupados segundo a língua de origem.

O caso, que rapidamente se tornou 'viral' com a difusão da foto em causa, envolvia quatro jovens alunos negros que estavam localizados num canto da sala de aula no centro Laerskool Schweizer-Reneke, longe dos seus colegas brancos.

Elana Barkhuizen, a professora da escola primária em causa, localizada no nordeste da África do Sul, foi entretanto suspensa, tendo hoje reagido pela primeira vez ao caso, recusando as acusações de racismo.

"O meu trabalho não consiste em fazer política, mas sim em ensinar", afirmou Elana Barkhuizen em declarações à imprensa, em africânder, a língua dos descendentes dos colonizadores europeus da África do Sul.

"A minha profissão é de amar as crianças (...) E dói-me o coração em cada ano quando tenho que lhes dizer adeus. Sinto-me triste de os ver partir, porque o que faço é ensinar, independentemente da raça e da história", referiu, assumindo o objetivo de "limpar" o seu nome.

Para o sindicato Solidariedade, que tem defendido a professora, as crianças estavam distribuídas na sala de aula em função da sua língua e não da sua raça.

"Nós temos feito a defesa com base no que é de facto o assunto. Eles devem assegurar que as crianças, que não falam nem africânder nem inglês, mas apenas tswana, se sintam à vontade", divulgou fonte do sindicato.

Aquela escola primária sul-africana está a ser acusada de segregação racial e as aulas foram suspensas na quinta-feira. A escola permanece até hoje fechada, enquanto as autoridades locais investigam o incidente.

A fotografia do momento tornou-se viral e gerou uma onda de indignação na sociedade sul-africana, que durante mais de 40 anos viveu sob o regime segregacionista do "apartheid".

Tirada durante o primeiro dia de aulas de janeiro, a imagem mostra cerca de duas dezenas de crianças brancas sentadas numa mesa comum e quatro crianças negras sentadas numa mesa menor, separada.

Os alunos envolvidos têm idades entre os cinco e os seis anos.

Os pais dos alunos separados e a comunidade negra asseguram que o racismo está fortemente enraizado naquela zona.

O ministro da Educação provincial, Sello Lehari, visitou a escola na sequência da contestação, que levou pais e comunidade a manifestarem-se em frente ao centro escolar.

"Pela informação que recebi na reunião, parece que há aqui muitos casos de racismo. Vamos criar uma equipa para investigar todas as escolas da região e lidar com as questões do racismo globalmente", disse, no final da visita.

O regime segregacionista do "apartheid" manteve oficialmente a maioria negra do país submetida ao domínio de uma minoria branca entre 1948 e 1994.

ATR(CFF)// PVJ

Lusa/ Fim

+ notícias: Mundo

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.

Síria: Irão desmente presença de armas iranianas em locais visados por Israel

Teerão, 06 mai (Lusa) - Um general iraniano desmentiu hoje a presença de armas iranianas nos locais visados por Israel na Síria, e o ministro da Defesa ameaçou Israel com "acontecimentos graves", sem precisar quais, noticiou o "site" dos Guardas da Revolução.