Rapto de menor de Ermesinde por causa de 12 quilos de haxixe dia 22 em tribunal

Rapto de menor de Ermesinde por causa de 12 quilos de haxixe dia 22 em tribunal
| Norte
Porto Canal com Lusa

O caso de um menor de Ermesinde (Valongo) alegadamente raptado e agredido em 2017 por quatro homens, para o forçarem a dizer onde é que o pai teria escondido 12 quilos de haxixe, chega a julgamento no dia 22.

“Quero a droga, se não corto-te os dedos com o alicate”, disse-lhe um dos raptores, segundo a acusação deduzida pela secção de Valongo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), num processo-crime a julgar no Juízo Central Criminal do Porto.

Outro arguido incentivou: “Aperta com ele, que ele sabe onde está a droga”.

“Tens dois dias para trazer a droga do teu pai e vais-te manter calado, se não és um homem morto”, concluiu o primeiro homem, antes de libertar o ofendido, um estudante então com 15 anos de idade.

O rapto e as agressões ocorreram na noite de 05 de maio de 2017 e o caso correlaciona-se com duas operações da Divisão de Investigação Criminal da PSP do Porto, sob o nome de código "Fruta de Marrocos", ambas realizadas em março desse ano, que resultaram na apreensão de dezenas de quilos de haxixe.

Nessa operação policial nem toda a droga terá sido apreendida. Isto porque, conforme conta o DIAP, em Ermesinde “corria o boato” que “cerca 12 quilos de haxixe não teriam sido apreendidos e estariam ocultados algures”.

Ainda segundo a acusação do DIAP, que a agência Lusa consultou, os “rumores” que “circulavam” eram ainda os de que a droga teria sido escondida pelo pai do menor, antes de ser colocado em prisão preventiva pelas suas alegadas ligações ao narcotráfico.

Na versão credibilizada pelo DIAP para os factos ocorridos naquela noite indica-se que o menor foi atraído a um local discreto por um dos arguidos.

Depois de insistentemente questionado sobre a localização do “resto da droga” do pai - “não sei de nada, não há mais droga nenhuma, a polícia levou tudo”, terá respondido -, acabou atirado para a caixa de carga de um furgão Mercedes.

Taparam-lhe a cabeça com um saco de plástico e uma camisola preta, colocaram-lhe uma corda em volta do pescoço, bem como lhe amarraram os tornozelos e os pulsos com abraçadeiras plásticas e circularam durante cerca de 25 minutos, relata o despacho de acusação.

Desferiram-lhe vários murros e pontapés, continuando a exigir-lhe, por entre agressões, que indicasse o paradeiro do haxixe.

Conta a acusação que o rapaz foi levado para um barracão de Alfena, outra localidade do concelho de Valongo, onde a coação e as agressões prosseguiram.

A sucessão de episódios violentos só terminaria quase duas horas depois do início, quando o menor foi abandonado ainda com o saco de plástico na cabeça.

Apesar de ameaçado de morte, caso relatasse o que tinha sucedido, foi à esquadra local da PSP e contou tudo.

Segundo a acusação, à data dos factos os arguidos estavam a ser sujeitos a escutas no âmbito de outro processo e “foram intercetadas comunicações telefónicas levadas a cabo por alguns dos suspeitos, em que os mesmos se referem expressamente ao crime de rapto em causa neste processo”.

Em sede de inquérito, três arguidos optaram pelo silêncio e o único que falou descartou por completo a tese de rapto, coação e agressão que viria a sustentar a acusação.

Na sua versão, os contactos que eles e o ofendido mantiveram nessa noite foram relacionados com uma proposta de venda de haxixe, feita pelo menor, que não se chegou a consumar.

Ele e o ofendido, referiu este arguido, eram conhecidos e até “fumavam umas ganzas juntos”.

Os quatro arguidos no processo, atualmente com idades entre 23 e 40 anos - três deles irmãos -, estão todos acusados pela prática, em coautoria material e sob a forma consumada, de um crime de rapto agravado.

No caso de um dos três irmãos acresce a imputação de um crime de coação agravada, ofensas à integridade física qualificada e outro ainda de furto simples.

Aquando da conclusão do inquérito-crime, um dos três irmãos cumpria pena de prisão à ordem de outro processo, outro estava em prisão domiciliária e o terceiro encontrava-se em prisão preventiva.

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