Eleições/RDCongo: Bélgica equaciona levar eleição congolesa ao Conselho de Segurança

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Porto Canal com Lusa

Bruxelas, 10 jan (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Didier Reynders, afirmou hoje que o seu país planeia expor as suas preocupações sobre as eleições presidenciais na República Democrática do Congo (RDCongo) no Conselho de Segurança da ONU.

Em declarações à estação pública belga RTBF, Reynders disse que, para já, a Bélgica está a aguardar pela reação dos congoleses, assim como dos observadores internacionais, que monitorizaram a contagem dos votos.

O ministro belga qualificou o processo eleitoral como "caótico" e assumiu compreender as preocupações manifestadas por vários quadrantes.

Nesse sentido, a Bélgica pretende perceber o que está a acontecer na RDCongo - antiga colónia belga - para posteriormente decidir as ações tomar, "nomeadamente na mesa do Conselho de Segurança".

Em 01 de janeiro, a Bélgica tomou assento como membro não-permanente no Conselho de Segurança da ONU, juntamente com Alemanha, África do Sul, Indonésia e República Dominicana.

Os novos membros não-permanentes, cujo mandato será para o biénio 2019-2020, juntam-se a outros cinco membros não-permanentes que se mantêm este ano no Conselho de Segurança (Costa do Marfim, Guiné Equatorial, Koweit, Peru e Polónia) e aos cinco membros permanentes do órgão (China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos).

A comissão eleitoral da República Democrática do Congo (RDCongo) informou hoje que um dos candidatos da oposição, Felix Tshisekedi, venceu as eleições presidenciais com 38,57% dos votos, à frente do líder da oposição Martin Fayulu (34,8%), que imediatamente contestou o resultado e denunciou um "golpe eleitoral".

Este resultado sem precedentes na RDCongo ainda pode ser contestado junto do Tribunal Constitucional, que tem a partir de agora 14 dias para validar a votação.

O anúncio do sucessor do Presidente cessante Joseph Kabila, inicialmente previsto para domingo, surge na sequência de pressão internacional e num clima de suspeição entre a população, que temia uma manipulação dos resultados.

Um grupo de observadores locais, Symocel, afirmou ter testemunhado 52 irregularidades "graves" nos 101 centros de voto que analisou.

A União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS) já tinha afirmado que o seu candidato, Félix Tshisekedi, seria o "presumível" vencedor das presidenciais.

Estas eleições eram vistas por muitos como uma hipótese de a RDCongo ter uma primeira transição de poder pacífica desde a sua independência, em 1960.

As eleições de 30 de dezembro, com 21 candidatos presidenciais, não se realizaram em todo o território, uma vez que a comissão eleitoral decidiu adiar para 19 de março o ato eleitoral nas cidades de Beni, Butembo e Yumbi, devido à epidemia do Ébola e aos conflitos dos grupos armados.

Inicialmente previstas para 2016, estas eleições de 30 de dezembro tinham sido adiadas duas vezes.

O ainda Presidente Joseph Kabila governa desde 2001 um país rico em recursos naturais, mas marcado por crises políticas e por um conflito armado que causou milhões de deslocados.

A RDCongo é o maior Estado da África Central, com 81,3 milhões de habitantes (Banco Mundial, 2017), principalmente católicos.

AMG (JMC/SCA) // PVJ

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