Indefinição nos Estaleiros de Viana afetou psicologicamente trabalhadores

Indefinição nos Estaleiros de Viana afetou psicologicamente trabalhadores
| Norte
Porto Canal

A administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) reconhece, no relatório e contas de 2012, que a situação de indefinição naquela empresa pública tem vindo a afetar psicologicamente os seus 620 trabalhadores.

"A redução da atividade operacional, o adiamento do programa de modernização estrutural, a não concretização da reprivatização e a aplicação das reduções em rubricas salariais introduzidas pela Lei do Orçamento do Estado induziram consequente impacto menos positivo no clima social - na motivação, na recompensa, no ambiente psico-emocional", lê-se no relatório e contas de 2012.

Entre 2011 e 2012, os trabalhadores dos ENVC estiveram praticamente parados, aguardando o desfecho do processo que reprivatização, anunciado pelo Governo e abandonado já este ano devido à investigação de Bruxelas às ajudas públicas de 181 milhões de euros que foram concedidas à empresa.

"Ainda bem que [a administração] reconhecem os impactos negativos para os trabalhadores da apatia que se verifica há dois anos. Os projetos de vida dos trabalhadores inserem-se no projeto da empresa e ninguém sabe qual será o futuro dos estaleiros", criticou, por seu turno, o porta-voz da comissão de trabalhadores.

Segundo António Costa, há mesmo trabalhadores que recorrem há vários meses a apoio psicológico externo, dada a indefinição que é vivida nos estaleiros desde 2011. "Pagam este apoio do seu bolso, apesar das dificuldades, porque nem todos temos a mesma capacidade de digerir os problemas, não estávamos habituados a estar parados", explicou.

Apesar de a empresa estar a retomar progressivamente a laboração, com o arranque nos últimos dias da construção de dois navios asfalteiros para a Venezuela, António Costa afirma que "não existe uma estratégia" nos estaleiros, a qual seria necessária para "motivar os trabalhadores" e para criar "sinergias internas" que permitam "ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia".

"É um trabalho de equipa, uma estratégia, que deve vir de cima, das administrações. Esse clima de confiança ainda falta e é necessário para que a empresa dê a volta por cima", rematou António Costa.

Segundo o relatório e contas, os ENVC fecharam ano de 2012 com 620 trabalhadores, o que representou um corte de 6% em apenas um ano, justificado pela administração pela "política de redução de efetivos", concretizada com a "cessação total dos contratos a termos". Também pela saída de trabalhadores por reforma e com o "congelamento total das admissões".

Em quatro anos, a empresa perdeu 280 trabalhadores, tendo em conta os 900 que empregava no final de 2008. Ainda assim, os ENVC tiveram em 2012 custos com pessoal de 14,5 milhões de euros, dos quais 2,9 milhões de euros corresponderam a encargos sociais.

Em 2012, o salário mensal médio da empresa foi de 1.022,74 euros, mas mais de metade (52,3%) dos trabalhadores auferiram 866,12 euros, indica o mesmo relatório.

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