Vítor Gaspar diz que se ofereceu a Catroga para ajudar a elaborar programa do PSD
Porto Canal / Agências
Lisboa, 10 fev (Lusa) -- Vítor Gaspar diz que se ofereceu para ajudar Eduardo Catroga na elaboração do programa eleitoral do PSD e que foi António Borges, que viria a ser consultor do Governo, que lhe telefonou com o convite para ministro das Finanças.
Num livro onde é entrevistado por Maria João Avillez, o ex-governante (que pediu demissão em julho de 2013) diz que partiu de si o contacto a Eduardo Catroga, para oferecer apoio nas linhas de orientação do programa do PSD.
"Na primavera de 2011, tive a iniciativa de procurar Eduardo Catroga, porque me parecera que a nível político, no PSD, havia uma consciência muito imperfeita sobre como funcionavam negociações financeiras internacionais e como se podia consolidar a credibilidade junto dos mercados de obrigações", diz.
"Achei que estas duas dimensões do processo estavam mal compreendidas. Vira qualquer coisa na televisão que me parecera errada e pensei: o melhor é tentar corrigir isto depressa, porque este erro de perceção pode ser custoso para o país...", explica.
O ex-ministro das Finanças disse que convidou Eduardo Catroga para almoçar e depois disso ainda teve alguns encontros, mas que o seu trabalho limitou-se a trabalhar também com Carlos Moedas e Orlando Caliço em "documentos que foram usados no contexto da preparação do programa eleitoral do PSD".
Vítor Gaspar garante que não participou, nem foi informado pelo PSD, das negociações com a 'troika' para desenhar o programa de resgate, mas que "não estava mal informado" e que ia sabendo do que ocorria porque "o Banco de Portugal esteve naturalmente sempre envolvido nos contactos".
Sobre o convite para ministro das Finanças, Vítor Gaspar diz que foi o amigo de longa data António Borges quem lhe ligou a perguntar se tinha disponibilidade para falar com Pedro Passos Coelho, com quem teve uma "conversa rápida e simpática" onde definiu o que teria de ser feito.
Sobre a escolha do elenco governamental, Vítor Gaspar diz que foi apenas ele que escolheu a equipa, apesar de nunca fazer referência direta a Maria Luís Albuquerque, e diz que apesar de ter tido de ter em atenção a necessidade de ter um secretário de Estado ligado do CDS-PP, a escolha de Paulo Núncio foi pessoal.
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