Bombeiros: Liga diz que carta do MAI demonstra "falta de honestidade intelectual e política"

| Política
Porto Canal com Lusa

 O presidente Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) afirmou hoje que a carta que o ministro da Administração Interna (MAI) enviou às corporações de bombeiros é uma demonstração de "falta de ética e de falta de honestidade intelectual e política".

"É uma demonstração inequívoca de falta de ética e de falta de honestidade intelectual e política. Convidam-nos, às 16:00 de hoje, para uma reunião dia 18 dezembro pelas 15:00, para nem meia hora depois enviarem uma carta às corporações que já estava feita", disse Jaime Marta Soares, em declarações à agência Lusa.

O ministro da Administração Interna garantiu hoje aos presidentes e comandantes de bombeiros que "todos os caminhos de diálogo estão abertos" para "construir as melhores soluções" e responder às expectativas.

"Porque esta é uma reforma pensada para valorizar os bombeiros portugueses e incentivar o voluntariado, todos os caminhos de diálogo estão abertos de modo a construir as melhores soluções para responder às vossas legítimas expectativas, a bem da qualidade da proteção e socorro e da segurança dos portugueses", escreveu Eduardo Cabrita numa carta, a que a Lusa teve acesso, enviada aos presidentes das associações humanitárias de bombeiros voluntários e respetivos comandantes.

O ministro disse ainda esperar que, "em diálogo, se possa concluir o processo".

Jaime Marta Soares salientou que a missiva enviada demonstra "falta de boa-fé" do ministro, referindo ainda que o dia de negociação foi agendado com quase um mês de atraso, o que considerou um "desrespeito pelos acordos e pelo parceiro Liga dos Bombeiros".

"Quando dissemos que respondíamos ao apelo do Presidente da República, que estamos abertos ao diálogo, somos chamados para uma reunião e, no momento seguinte, o ministro lança a guerra entre os bombeiros. Não é compreensível", explicou.

O presidente da LBP considerou ainda que esta atitude do MAI revela que "não existem boas intenções, nem vontade de procurar soluções", frisando que Eduardo Cabrita está a "lançar mais achas para a fogueira".

Apesar de criticar o envio da missiva que, no seu entender, tem "imprecisões e que não corresponde aos factos", Jaime Marta Soares garantiu que vão estar presente na reunião da próxima terça-feira, acusando o MAI de tentar dividir os bombeiros.

"Estamos habituados a apagar fogos e é mais um fogo que vamos procurar apagar. Tudo o que possa vir a acontecer de destabilização responsabilizamos o ministro, porque não encontramos uma razão para esta inqualificável atitude", concluiu.

A carta do ministro foi enviada depois de o Conselho Nacional da LBP ter decidido suspender todo o encaminhamento de informação operacional aos comandos distritais de operações de socorro (CDOS).

Em causa estão as várias propostas do Governo de reforma da Proteção Civil aprovadas no Conselho de Ministros de 25 de outubro.

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