Noventa e sete por centro dos bombeiros de Leiria não estão a comunicar ocorrências

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Porto Canal com Lusa

Leiria, 10 dez (Lusa) -- Os bombeiros do distrito de Leiria aderiram "em massa" ao boicote lançado pela Liga dos Bombeiros Profissionais de rejeitar a comunicação das ocorrências, registando-se uma adesão de 97%, disse à agência Lusa o presidente da Federação dos Bombeiros de Leiria.

"Dos 25 [corpos de bombeiro], apenas três não aderiram. Mas o socorro não está a ser posto em causa. Continua a efetuar-se da mesma forma que tem sido feito ao longo dos anos", assegurou o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Leiria, José Almeida Lopes, recusando-se a indicar quais as corporações que não aderiram ao protesto.

Segundo Almeida Lopes, também presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Leiria, os bombeiros "têm sido alvo de desprezo da Autoridade Nacional de Proteção Civil" (ANPC).

"Nós podemos garantir que é possível fazer o socorro sem a ANPC, mas a ANPC não pode dizer aos portugueses que pode assegurar o socorro sem os bombeiros", avisou Almeida Lopes.

Este responsável afirmou ainda que os bombeiros "não podem continuar a ser o parente pobre da ANPC", avisando que a luta até pode "endurecer" se as partes "não se sentarem à mesa para negociar".

Para o presidente da Federação do distrito de Leiria, "as medidas que o Governo pretende adotar vão prejudicar a população".

Almeida Lopes explicou que a alteração da estrutura da Proteção Civil "não vai permitir a quem está no terreno ter a sua própria organização, o que vai ter reflexos na atividade e, certamente, algo vai correr mal".

"Ao longo dos anos, a entidade bombeiros tem sido usurpada pelo Estado e não pode continuar a permiti-lo. O Governo estava habituado a que aceitássemos tudo, sem grande contestação. A ANPC não pode continuar a viver como a 'Olívia Patroa' e a 'Olívia Empregada'", criticou.

Prosseguindo, o presidente da Federação frisou: "A ANPC não pode coordenar os outros agentes e comandar um. Todos têm um comando autónomo, só os bombeiros é que não".

José Almeida Lopes reiterou que "o socorro continua a ser feito, da forma como sempre foi feito e por quem sabe fazer".

A Liga dos Bombeiros Portugueses informou que deixa de participar no dispositivo coordenado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil de combate a incêndios em 2019.

O presidente da Liga, Jaime Marta Soares, criticou ainda o ministro por "não ter tomado em conta as propostas que foram feitas pelos bombeiros" e lamentou que o Governo queira fazer uma reforma da Proteção Civil "ignorando" o seu parceiro mais importante.

A LBP reclama uma direção nacional autónoma e independente de bombeiros.

EYC (RCR) // SSS

Lusa/Fim

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