Concessionária da Metro do Porto acusa Sindicato de Maquinistas de "intransigência"

| Economia
Porto Canal com Lusa

Porto, 10 dez (Lusa) -- A ViaPorto, responsável pela operação da Metro do Porto, acusou hoje o Sindicato dos Maquinistas de "intransigência" nas negociações para cancelar a greve naquele meio de transporte, porque "não quis chegar a acordo" e "exigiu sempre mais".

Em declarações à Lusa, Luís Cabaço Martins, administrador da ViaPorto, garantiu que foi "impossível travar a greve" de hoje dos condutores devido à "intransigência" do Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ), nomeadamente quanto a "incrementos salariais totais acima dos sete por cento" e a "uma desconformidade total com as condições do concurso" vencido pela empresa para operar o Metro.

O responsável explicou que a empresa decidiu hoje "concentrar" na linha da Póvoa os "cerca de 12" condutores que não fizeram greve, para o Metro operar entre aquele local e a Fonte do Cuco (Senhora da Hora, concelho de Matosinhos), a uma "frequência de 25 minutos em hora de ponta", por ser a zona "que tem menos oferta e alternativas de transporte".

Segundo o administrador, a ViaPorto chegou ainda a "acordo com a STCP - Sociedade de Transportes Coletivos do Porto para garantir, a partir da Fonte do Cuco, ligações ao centro do Porto".

Luís Cabaço Martins refere que o sindicato fez "exigências de alterações estruturais e financeiramente incomportáveis", em negociações que decorreram "até sábado à noite" e nas quais a empresa "tentou tudo" para evitar a paralisação.

"Sempre que nos aproximávamos, o sindicato tinha uma postura de afastamento. Fizemos tudo ao nosso alcance para chegar a um acordo. Admitimos até ultrapassar o nosso modelo financeiro. Mas era impossível travar esta greve [de hoje]. O sindicato não quis. Exigiu sempre mais", explicou.

Entre as "intransigências" do sindicato, o administrador da ViaPorto aponta "incrementos salariais totais acima dos sete por cento", a "redução do período de trabalho" e "a recusa de negociar condições para mais de um ano".

"Mais importante de tudo, a intransigência traduz-se numa desconformidade total com o concurso que a empresa venceu e que determinava as condições em que a empresa deve operar", acrescentou o administrador.

Quanto à greve parcial às horas extraordinárias, que começou hoje e que o sindicato anunciou prolongar-se até 06 de janeiro, Luís Cabaço Martins assegura que o Metro do Porto "não falhará".

"Poderá haver algum serviço com um espaçamento maior entre viagens, mas garantimos o serviço e admitimos ajustamentos pontuais de horários que queremos que sejam impercetíveis", afirmou.

O administrador disse desconhecer qual será o impacto desta greve parcial, notando que a empresa vai "tentar mitigar o mais possível", para que "seja diminuto".

Em comunicado, a ViaPorto acusa o SMAQ de apresentar "reivindicações impossíveis de satisfazer", que levariam "à inviabilidade da empresa", rejeitando "responsabilidades" na greve de hoje.

A empresa esclarece ainda que "dispõe dos instrumentos e dos meios resultantes do concurso público" lançado pela Metro do Porto para a gestão da operação e "espelhados no atual contrato de subconcessão, tendo sempre cumprido todas as suas responsabilidades laborais".

A greve de hoje dos "cerca de 200" profissionais da ViaPorto ao serviço da Metro do Porto teve uma "adesão entre os 98% e os 99%", levando a uma paralisação quase total, segundo o sindicato.

Fonte da Metro do Porto disse no domingo à Lusa que a rede daquele meio de transporte encerrava às 00:00 de hoje até às 06:00 de terça-feira, "devido à greve dos agentes de condução", a primeira paragem da operação em 16 anos de existência, e por não terem sido "decretados serviços mínimos".

A rede do Metro do Porto conta com seis linhas, servindo sete concelhos da Área Metropolitana do Porto.

A Metro do Porto refere que 9.000 pessoas podem ser transportadas por hora em cada linha.

ACG // JAP

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