Uma vida a amar o FC Porto: "O coração está preparado para mais títulos"

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Porto Canal com fcporto.pt

75 anos. Em muitos casos uma vida inteira, noutros algo muito perto disso. Em todos um amor e devoção a um clube impossíveis de quantificar. O Futebol Clube do Porto recebeu e homenageou, esta quarta-feira, os associados que completaram em 2018 o 75.º ano de ligação ao clube, entregando a todos a Roseta de Diamante. Numa cerimónia que decorreu no Camarote Presidencial do Estádio do Dragão e que culminou com um almoço entre os homenageados e a administração do clube, desfiaram-se memórias, recordaram-se passagens e renovaram-se os votos de amor ao Futebol Clube do Porto.

Atualizado 06-12-2018 22:29

Aníbal Fonseca, por exemplo, já não tem memórias de como era a sua vida antes do FC Porto. Entrou para sócio aos 15 anos, dando seguimento à paixão que tinha pelo desporto. E a um de dois amores. “Tenho de ser sincero, tenho dois clubes, mas são ambos azuis e brancos: um é o Futebol Clube do Porto o outro é o Sport Clube do Porto, onde fiz Ginástica, joguei Andebol, pratiquei Vela e Hóquei em Campo. Futebol só pratiquei no desporto universitário. Era guarda-redes, o que é curioso, porque no Andebol era avançado”, conta, entre risos.

Entrou para sócio por influência do pai, que, apesar de não praticar, “também gostava muito de desporto”. “E era portista, claro. Há uma paixão pelo azul e branco desde novo”, reitera.

Aos 90 anos, Aníbal Fonseca é um dos convidados do dia. Dora Caeiro (foto abaixo), com tantos anos de sócia como de vida, faz-lhe companhia na mesma mesa onde se senta o Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa para o almoço.

“Nasci no Porto e o meu pai quando me foi registar passou no clube, inscreveu-me como sócia e eu aqui estou. Mas a verdade é que passei grande parte destes 75 anos longe do Porto. Deixei de viver no Porto aos 22 anos, andei por muitos lugares, mas há raízes, não é? Quando me disseram que deveria vir cá hoje eu vim”, comenta, sem hesitar.

Mesmo que não se considere uma adepta fervorosa, categoria onde encaixa o pai – um “doente pelo FC Porto”, nas suas palavras - nunca se desvinculou do clube. “Quando se vive longe do Porto há tantos anos, manter este estatuto de sócio mostra, acima de tudo, o respeito que tenho pela memória do meu pai. Se me desfizesse de todas as memórias que ele me deixou, de todos os laços que ele criou para mim, seria uma pessoa muito mais pobre.”

Também em nome da memória, mas no caso do avô, Beatriz e Luís Sousa (foto abaixo) foram outros dos convidados. Vieram representar Álvaro Sousa, o sócio mais antigo entre os homenageados, mas já falecido. Entrou para sócio a 25 de fevereiro de 1943 e ao longo de praticamente 75 anos passou para toda a família a paixão pelo FC Porto.

“É um orgulho para nós estar aqui. Foi o nosso avô que incutiu o espírito portista na nossa família e nós agora somos portistas com muito entusiasmo. Vivemos muito a paixão pelo FC Porto. Se ele estivesse cá iria ficar muito feliz com este reconhecimento” garante Beatriz, que conta ainda que o avô falava do FC Porto “em todos os almoços de família”. “Aliás, ele chegou a fazer parte da direção, a uma determinada altura. Foi diretor de contas”, acrescenta.

Luís Sousa destacou ainda a oportunidade de privar com o Presidente, o que acabou por ser uma meia surpresa. “Não tinha a certeza que iria receber a Roseta das mãos do Presidente e vai marcar-me certamente”, assume.

Atleta, treinador e sócio há 75 anos: a história de Onofre Tavares

Entre os agraciados com a Roseta de Diamante há pessoas cuja ligação ao FC Porto foi muito para além da bancada. Domingos Barros foi atleta de Basquetebol e Fernando Domingues representou o clube no Andebol. Mas a ligação mais prolongada será mesmo a de Onofre Tavares.

Ciclista e, mais tarde, treinador da equipa de ciclismo do FC Porto, fez-se acompanhar pelo sobrinho Manuel Lopes que já costumava levar para as provas de estrada nos anos 50.

“Viajava com ele e com a equipa do FC Porto. Como deve compreender, para um menino muito pequeno aquilo era um espetáculo. Fui uma vez com a equipa a Lisboa quando eles foram correr ao estádio de Alvalade na pista, num festival internacional em que aquilo estava lotado e onde estiveram as principais vedetas mundiais da altura. Ele ganhou algumas das provas”, recorda Manuel.

Onofre Tavares (na foto abaixo nos tempos de ciclista), natural de Gulpilhares, começou por ser portista, depois sócio e, por fim, atleta. “Naquela altura havia muita gente que vinha de lá para cá e eu comecei a vir também. Cheguei a vir à Constituição e às Antas, claro. Era muito amigo do Pedroto e principalmente do Hernâni”, conta.

Sobre a vida como atleta relembro os encontros na Constituição. “Era de lá que partíamos para dar a nossa volta. É um gosto ver que ainda hoje temos uma equipa de ciclismo”, assume. Treinou atletas como Sousa Cardoso, Mário Sá, Sousa Santos, Pacheco ou Peixoto Alves e ainda hoje está atento às duas rodas.

Manuel Lopes conta que o tio esteve em Braga, na chegada da etapa da Volta a Portugal este ano. “Esteve a falar com o Nuno Ribeiro. E também foi ver a final do Grande Prémio Jornal de Notícias que o António Carvalho ganhou”, acrescenta.

Emoções para uma vida: de Bela Andrasík a...Hernâni

Aníbal Fonseca (foto abaixo), o eclético sócio apaixonado pelos dois clubes de azul e branco, seguiu o FC Porto em muitos campos e só parou há pouco. O Dragão é o Estádio onde veio menos vezes. “O futebol agora joga-se à noite e para mim é mais complicado. Vejo no sofazinho”, brinca, do alto dos seus 90 anos.

As memórias, por isso, são sobretudo das Antas, mas também da Constituição ou do Lima. “Lembro-me de um FC Porto-Sporting no Estádio do Lima com um episódio caricato. Chegaram uns soldados que queriam beber água, mas a policia não deixou e gerou-se ali uma confusão. Era carros da polícia de um lado, carros do exército do outro. Mas depois os comandantes falaram e aquilo serenou. Nunca mais me esqueci”, conta.

Na altura era um fã acérrimo de Bela Andrasík, guarda-redes húngaro que vestiu a camisola do FC Porto no início da década de 40: “Vi muitos jogos dele e aprendi muito com ele.”

“Vivi muitos momentos de alegria e de emoção. Muitos, mesmo. Cá em Portugal e nos jogos europeus. Olhe, o último foi neste jogo com o Boavista que segui até ao final e…meu Deus. O meu coração é que ainda não está mau de todo, porque se sofresse de coração...Mas está aqui rijo e preparado para mais títulos”, atira, para fim de conversa.

Sócios agraciados com a Roseta de Diamante:

Álvaro Luís Jacques Sousa

Licínio Bismarck Bento Melo

João Fonseca Pinto Silva

Firmino Figueiras Lopes

Dora Costa Nunes Fernandes Caeiro

Maria José Oliveira Fabião Maia

Armando Augusto Santos Maia

Emílio Carneiro Almeida Campos

Aníbal Carlos Cunha Lopes Fonseca

Onofre Alexandre Tavares Marta

Joaquim Gonçalves Meneses

Abílio Cunha Rebelo

Álvaro Martins Santos

Domingos Ernesto Silva Barros

Vitorino Coutinho Fonseca

Fernando António Rodrigues

Joaquim Pereira Silva

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