Ordem alerta para "situação dramática" em Bragança com reformas de médicos

Ordem alerta para "situação dramática" em Bragança com reformas de médicos
| Norte
Porto Canal com Lusa

O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, alertou esta sexta-feira para a "situação dramática" que se avizinha no distrito de Bragança devido à reforma de número elevado de médicos.

"Nós temos vindo a chamar a atenção do Ministério da Saúde que, particularmente aqui o distrito de Bragança vai viver, num prazo de cinco, seis anos, uma situação dramática porque vai ter um número muito elevado de médicos a se reformarem neste período", afirmou.

O representante da Ordem falava à margem da apresentação, em Bragança, de um estudo promovido por esta entidade sobre as motivações dos médicos para irem trabalhar no interior do país, e que foi divulgado, pela primeira vez, no Porto, a 12 de novembro.

António Araújo defendeu que o Governo tem de "acautelar em devido tempo" a substituição dos médicos que estão prestes a reformar-se e que poderá agravar a principal "doença" da saúde no Nordeste Transmontano, que é a falta de especialistas.

"Não se pode estar à espera para se resolver em cima da hora", vincou, reclamando que "é necessário criar as condições para chamar mais médicos para esta região".

Segundo disse, a Ordem tem "chamado a atenção da tutela que isto não se vai poder fazer num ano ou dois".

"É necessário criar as condições, mas é necessário também acelerar os concursos, abrir as vagas aqui no interior do país, de forma a que realmente as pessoas (médicos) sintam que são precisas, que são acarinhadas, não só pelas instituições de saúde, mas também pela tutela", argumentou.

Questionado sobre os concursos que ficam desertos, o responsável defendeu que "a questão é que abrem muitas vezes vagas fora de tempo, não aliciam os profissionais que cá estão a ficar cá".

"Ao abrirem concursos muitos tarde estão a permitir que os jovens especialistas saiam para a privada e a privada onde vai dar dinheiro vai ser no litoral", acrescentou.

A Ordem dos Médicos defende que "é forçoso que rapidamente abram vagas mal acabem os cursos" e que essas vagas sejam facilitadas a quem já está ou a quem seja da região.

O Governo foi também criticado por estar a "descurar bastante o interior" na questão dos médicos de família, já que atualmente a cobertura da população é elevada, mas esta é apontada como uma das áreas onde as reformar terão consequências nos próximos anos.

A Ordem dos Médicos defende que durante a formação para a especialidade, os médicos passem algum tempo nos hospitais do interior do país, no sentido de tentar aliciá-los para ficarem.

O presidente do Conselho Regional do Norte ficou "dececionado" pela pouca adesão da comunidade e da tutela na cerimónia, em Bragança, de apresentação do estudo realizado pela primeira vez, em Portugal, para tentar perceber as razões por que os médicos não se fixam no interior do país.

As conclusões serão enviadas ao Governo, mas esta é apenas uma primeira fase, já que foi anunciado que a intenção é replicar este trabalho para a realidade nacional.

O estudo foi realizado por uma equipa de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e abrangeu 1.218 médicos, que representam 10% do universo de profissionais do norte de Portugal.

Segundo a coordenadora da equipa, Maria Augusta Branco, foram os médicos do litoral os que mais responderam e a conclusão tirada é de que não é a parte financeira que pesa nas escolhas dos médicos, segundo os autores do estudo.

O que desmotiva os médicos é "o facto de as instituições não terem diferenciação, não serem conceituadas, não haver materiais para trabalhar e que não haja possibilidade de completarem as suas expectativas de vida pessoal".

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