Exposição em Lisboa associa estados físicos da matéria a reabilitação patrimonial

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 04 nov (Lusa) - Uma exposição sobre reabilitação patrimonial em Portugal, que mostra a ligação entre arquitetura e património, intitulada "Físicas do Património Português. Arquitetura e Memória", é hoje inaugurada no Museu de Arte Popular, em Lisboa.

"Físicas do Património Português. Arquitetura e Memória", com curadoria de Jorge Figueira e assistência à curadoria de Carlos Machado e Moura, expõe trabalhos de reabilitação desenvolvidos em Portugal, através de uma metáfora com os estados físicos da matéria, que permite explorar a temática com uma "linguagem abrangente", disse hoje aos jornalistas o curador, durante uma visita guiada à exposição.

A primeira sala da exposição, dedicada ao estado líquido e sólido, contempla uma cronologia da "longa história" do património arquitetónico português, que identifica momentos e obras fundamentais, desde o final do século XIX até aos nossos dias. Segundo o curador, esta barra cronológica mostra a ligação entre os arquitetos portugueses e o património, clarificando que "não é possível falar de arquitetura sem falar de património".

Na mesma sala, sobre uma mesa preta, encontram-se 12 projetos de escalas, de arquitetos e regiões diferentes, associados à ideia de estado "líquido", que mostram como os arquitetos portugueses intervêm de forma natural no património, com "algum à vontade e alguma respiração", indicou Jorge Figueira.

A Torre dos Clérigos, no Porto, o edifício do Banco de Portugal, em Lisboa, e o Museu Abade Pedrosa, em Santo Tirso, são alguns dos casos "líquidos" de reabilitação expostos.

A exposição remete, ainda, para lugares e edifícios do território português de difícil reabilitação, associados ao estado "sólido", como Sagres e a Alta de Coimbra, que, devido à "grande carga de dramaticidade que carregam", fazem pensar se é possível intervir, indicou o curador.

O estado "gasoso" surge na sala seguinte, associado à dinâmica atual da Baixa de Lisboa e da Baixa do Porto, retratadas em dois cilindros com mais de 300 imagens, captadas em diversos momentos do dia, do amanhecer ao anoitecer, acompanhadas de som ambiente. São narrativas de sete minutos que proporcionam uma "experiência imersiva" ao visitante.

No mesmo espaço, são apresentados vídeos de entrevistas a Alexandre Alves Costa, Walter Rossa, Raquel Henriques da Silva, Rui Tavares e Paulo Pereira, que falam sobre património colonial, Estado Novo, naturalidade e turismo, entre outros temas.

Estas entrevistas funcionam como um "instrumento de releitura da própria exposição", de acordo com Carlos Machado e Moura.

A exposição evoca, entre outros, projetos dos arquitetos João Luís Carrilho da Graça, Adalberto Dias, Manuel Graça Dias/Egas José Vieira, Gonçalo Byrne/João Pedro Falcão de Campos, Gonçalo Byrne/Patrícia Barbas/Diogo Seixas Lopes, João Mendes Ribeiro, António Belém Lima, João Carlos dos Santos, Alexandre Alves Costa/Sérgio Fernandez, Paulo Providência, Álvaro Siza/Eduardo Souto de Moura e Nuno Brandão Costa.

Jorge Figueira sublinhou que "é muito emocionante estar no coração do Mundo Português", recordando a Exposição do Mundo Português, acolhida naquele espaço do Museu de Arte Popular, em 1940.

De acordo com o curador, "Físicas do Património Português. Arquitetura e Memória" dialoga "com o edifício e com as pinturas" das salas, que se mantêm desde a inauguração do museu, em 1948.

A exposição está patente na sala das Beiras e na sala da Estremadura, Alentejo e Ribatejo, que foram recolocadas pelo projeto expositivo, da autoria de Pedro Pacheco, na sua dimensão de 1948, com as pinturas murais, mobiliário fixo e 'lettering' à vista.

A exposição, com design gráfico da R2, é apresentada no âmbito da celebração do Ano Europeu do Património Cultural em Portugal.

RIZMA/MAG (AG) // MAG

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