Lisboa, 02 dez (Lusa) - O político moçambicano Samora Machel Júnior afirmou hoje que Portugal pode fazer "muito mais em Moçambique" no domínio da educação, da saúde e das infraestruturas.

"Acho que as relações Portugal Moçambique são boas", ainda há muito investimento português naquele país, que apesar de ter caído continua ainda a ter um peso significativo, disse Samora Machel Júnior em entrevista à Lusa em Lisboa, onde esteve para participar numa homenagem ao seu pai, o primeiro Presidente da República de Moçambique, Samora Machel.

Porém, não escondeu que, como moçambicano, gostaria de ver muito mais investimento português em Moçambique.

"Gostaria que Portugal pudesse ajudar o país nas várias áreas, nomeadamente nas de saúde, educação e infraestruturas", acrescentou.

"Portugal já tem experiência nisto e felizmente falamos a mesma língua, por isso pode ajudar bastante no ensino, na preparação dos nossos professores, dos enfermeiros, dos médicos, nas infraestruturas. Acho que Portugal pode fazer muito mais", afirmou Samora Machel Junior, que tentou nas últimas eleições autárquicas em Moçambique concorrer à autarquia de Maputo, sem sucesso.

O fluxo de investimento direto de Portugal em Moçambique recuou nos primeiros nove meses deste ano, face ao período homólogo de 2017, de acordo com informação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Entre janeiro e setembro deste ano, o indicador de Investimento Direto de Portugal no Exterior (IDPE), no caso, em Moçambique, registou um valor negativo: -24 milhões de euros. Ou seja, houve um retorno de investimento ou fluxos de tesouraria, naquele montante, de Moçambique para Portugal, explicou fonte da AICEP à Lusa.

O valor contrasta com o IDPE positivo de 46,1 milhões de euros registado entre janeiro e setembro de 2017, que refletiu investimentos e fluxos de Portugal para Moçambique, acrescentou.

A informação divulgada pela AICEP, consultada hoje pela Lusa, baseia-se em dados do Banco de Portugal e aponta para uma retração de 152%.

Contactados pela Lusa, nem o banco central, nem a AICEP deram explicações para aquela percentagem de recuo do investimento direto de Portugal em Moçambique.

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