Nicolás Maduro quer normas estritas contra o sensacionalismo da imprensa na Venezuela
Porto Canal / Agências
Caracas, 08 fev (Lusa) - O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje que vai elaborar normas "muito estritas" contra o que diz ser o sensacionalismo da imprensa e para impedir que quem viva no estrangeiro seja proprietário de algum meio de comunicação social.
"Vão-me chamar de ditador, mas não me importo. Eu vou fazer um conjunto de normas, muito estritas, para acabar com o sensacionalismo, a campanha, a propaganda que se enche e se alimenta do sangue, da morte e quem a promove", disse.
Nicolás Maduro falava durante um ato oficial celebrado no estado venezuelano de Miranda, a sul de Caracas, e acusou a imprensa venezuelana de pretender o falhanço do programa de pacificação do país que o Governo lançará a 14 de fevereiro.
"Quando um país inteiro clama pela paz e eles saem a deleitar-se com a morte e a promovê-la", disse.
As novas normas vão também proibir "que gente que não viva na Venezuela seja proprietária" de meios de comunicação social, disse ao salientar que o seu Governo vai "curar" a sociedade venezuelana dos "anti-valores do capitalismo, do culto das armas, da violência e das drogas".
O anúncio do Presidente da Venezuela acontece quando a imprensa critica o Executivo por não ter acesso à compra de divisas para importar o papel necessário à impressão dos jornais.
Na Venezuela vigora desde 2003 um férreo sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e nas últimas semanas vários jornais reduziram o número de páginas impressas por falta de papel, advertindo que se persistir a situação haverá quem tenha de suspender publicações.
Segundo o Observatório Venezuelano de Violência 25.000 pessoas foram assassinadas em 2013 no país.
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