Protestos alastram na Bósnia, centenas de feridos e presidência incendiada

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Porto Canal / Agências

Tuzla, 06 fev (Lusa) -- Pelo menos 150 pessoas ficaram hoje feridas durante violentos confrontos entre a polícia e manifestantes em várias cidades da Bósnia-Herzegovina, no terceiro dia de protestos generalizados contra a grave situação económica no país, a miséria e o desemprego.

Nos incidentes mais graves desde o fim da guerra civil (1992-1995) nesta ex-república jugoslava, dividida em duas entidades após a assinatura dos acordos de paz de Dayton, milhares de manifestantes em cólera confrontaram-se com a polícia e atacaram diversos edifícios governamentais, incluindo na capital Sarajevo, onde a sede do governo e da presidência da federação foram saqueados e parcialmente incendiados.

Em Tuzla, uma cidade do nordeste em território da Federação croato-muçulmana, onde decorreram na quarta-feira os primeiros protestos, o edifício do governo regional foi assaltado pelos manifestantes, e também foi incendiado.

"Trinta manifestantes e 104 polícias deram entrada durante o dia nos serviços de emergência", disse à agência noticiosa AFP o porta-voz do hospital de Tuzla, Adis Nisic.

"A maioria dos ferimentos foram provocados por objetos pesados ou irritação nos olhos pelo gás lacrimogéneo", precisou, numa referência aos incidentes numa cidade que no passado foi um dos principais centros industriais da antiga república jugoslava.

A meio da tarde, após a 'Frente', uma associação de manifestantes, ter exigido a demissão de responsáveis locais, a câmara municipal de Tuzla também foi incendiada, enquanto o primeiro-ministro do cantão, Sead Causevic, anunciava a demissão. As escolas primárias e secundárias foram encerradas e o reitor da universidade anunciou a suspensão dos exames em todas as faculdades.

Durante a tarde, informações de diversos media locais registavam ações de protesto em Zenica, Kakanj, Mostar, Prijedor e Bihac, enquanto se anunciavam outras manifestações em Banja Luka, Travnik, Donji Vakuf, Jajce, Kljuc, Cazin, Visoko, Zepce e Zavidovici, com o conflito a alastrar à Republika Srpska (RS), a outra entidade da Bósnia-Herzegovina.

Fontes hospitalares em Sarajevo referiram que cerca de 100 pessoas foram feridas durante os confrontos, enquanto surgiram informações de 50 feridos em Zenica e pelo menos 11 em Tuzla.

Nas cidades em revolta, desempregados e jovens juntaram-se às manifestações dos trabalhadores, em protesto contra a situação económica de um país que dizem não ter futuro.

Sakib Kopic, um representante dos trabalhadores, disse que os protestos são "uma revolução, a resposta do povo" ao falhanço das autoridades em reverter a contínua decadência económica nesta região dos Balcãs.

"Os manifestantes não são selvagens, há muitos jovens que não têm a esperança de arranjar trabalho após a licenciatura", acrescentou Kopic.

A taxa de desemprego na Bósnia-Herzegovina, um país com 3,8 milhões de habitantes, ultrapassa os 44%.

Apesar de os dados oficiais se referirem a 27,5% da população ativa desempregada, calcula-se que pelo menos mais 20% esteja associada à designada "economia paralela".

O salário médio mensal no país ronda os 420 euros, e um em cada cinco cidadãos vive abaixo da linha da pobreza, ainda segundo as estatísticas oficiais.

PCR // JMR

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