Embaixador da China quer novos investimentos em Portugal

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 07 fev (Lusa) - O embaixador da China em Portugal, Huang Songfu, destacou hoje o papel que as empresas chinesas têm desempenhado no programa de privatizações do Governo português, considerando que é provável que este interesse seja reforçado nos próximos tempos.

"Este é mais um grande investimento chinês em Portugal", afirmou Huang Songfu, durante a cerimónia de assinatura do contrato de venda da Caixa Seguros à Fosun International, no Ministério das Finanças, em Lisboa.

O embaixador apontou também para os negócios relacionados com tomadas de posições da China Three Gorges (CTG) e da State Grid Corporation of China (SGCC), respetivamente, no capital da Energias de Portugal (EDP) e da Redes Energéticas Nacionais (REN), considerando que as operações "ajudam a aumentar ainda mais a confiança dos investidores chineses em Portugal".

E reforçou: "Espero que estes negócios impulsionem novos investimentos em Portugal".

O diplomata chinês afirmou que "Portugal tem mostrado um grande entusiasmo com investimento chinês", agradecendo "os apoios oferecidos pelo Governo, pelo povo e pela imprensa" portugueses que, na sua opinião, foram decisivos para o sucesso das operações.

"É um pequeno contributo para a recuperação da economia portuguesa", vincou, num momento em que se comemora o 35.º aniversário das relações diplomáticas entre Portugal e a China.

Huang Songfu assinalou ainda que se celebra a entrada no novo ano, segundo o calendário chinês, que é o ano do cavalo, que está mitologicamente relacionado com o vigor, o progresso e o sucesso.

"Como embaixador chinês em Portugal, estou muito contente com a recuperação gradual da economia portuguesa", afirmou, deixando votos para que as relações bilaterais entre os dois países atinjam "um novo patamar".

Na sua opinião, tal trará "benefícios para os dois países" e vai ao encontro dos "interesses dos dois povos".

As privatizações de empresas portuguesas efetuadas pelo Governo renderam, até agora, 8,1 mil milhões de euros, metade dos quais vieram das mãos de investidores chineses, que apostaram na EDP, REN e Caixa Seguros.

A última operação foi a venda de uma fatia de 80% da área seguradora da Caixa Geral de Depósitos (CGD) à chinesa Fosun International, por mil milhões de euros, a que se somam os 387,15 milhões de euros resultantes da venda de 25% da Rede Elétrica Nacional (REN) à State Grid em fevereiro de 2012, e os 2,69 mil milhões de euros oriundos da alienação de 21,35% da Energias de Portugal (EDP) à China Three Gorges no final de 2011.

Refira-se que, no caso da REN, houve uma participação de 15% que foi comprada pela energética Oman Oil por 205,1 milhões de euros.

O executivo de Passos Coelho fechou o ano passado com a operação de dispersão em bolsa de 70% do capital dos Correios de Portugal (CTT), que permitiu um encaixe de 579 milhões de euros, além de ter vendido em dezembro de 2012 uma participação de 95% da Aeroportos de Portugal (ANA) aos franceses da Vinci por 3.080 milhões de euros.

Quanto ao negócio mais recente, foi formalizado esta manhã o contrato de compra e venda de 80% do capital da Caixa Seguros, por mil milhões de euros, uma privatização que foi aprovada em janeiro e que permite que o banco estatal se mantenha como acionista de referência nas empresas alienadas.

A conclusão definitiva do negócio será feita durante os "próximos meses", conforme indicou hoje, na cerimónia, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

O valor do encaixe total para a CGD vai ainda aumentar, para 1.264 milhões de euros, devido à Oferta Pública de Venda (OPV) de uma fatia suplementar de 5%, destinada aos trabalhadores da área seguradora do banco público, que beneficiarão de um desconto de 5%, a que se soma a distribuição extraordinária de capital das empresas seguradoras envolvidas, feita ainda em 2013.

Caso as ações destinadas aos trabalhadores não sejam totalmente subscritas, a Fosun assegura a compra do capital remanescente, pelo que poderá aumentar a sua posição no banco público para 85%.

DN // ATR

Lusa/fim

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