Moçambique está a ter evolução positiva mas tem de acelerar reformas - BAD

| Economia
Porto Canal com Lusa

Maputo, 27 nov (Lusa) - O diretor do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Moçambique elogiou hoje o país pelos desenvolvimentos positivos da última década, mas salientou que a implementação das reformas "tem de ser acelerada", principalmente no primeiro emprego dos jovens.

"A trajetória de desenvolvimento nos últimos dez anos foi positiva, mas seguramente que os passos de políticas têm de ser acelerados para Moçambique sair da crise económica dos últimos dois anos e acelerar o progresso económico", disse Pietro Toigo.

Em declarações à Lusa no dia em que o BAD divulgou o relatório que analisa a última década em termos de envolvimento do Banco no país, o responsável vincou que as políticas devem "ter um enfoque no emprego dos jovens para assegurar que os 500 mil jovens que entram no mercado de trabalho todos os anos têm oportunidades sérias e sustentáveis".

Olhando para os últimos dez anos, "o que vemos é um progresso bastante importante no sentido da redução da pobreza na última década, ainda que haja alguns retrocessos em indicadores que medem a governação, mas isso é devido à crise dos últimos três anos, sobre a qual o país está a tomar passos importantes", acrescentou o responsável do BAD em Moçambique.

Em termos de desafios para o futuro, Pietro Toigo elencou a agricultura, notando que "houve alguns progressos neste setor, mas têm de ser acelerados para Moçambique ter uma economia suficientemente diversificada e não ficar simplesmente um produtor de recursos minerais".

Os investimentos nesta área "são muito importantes para o país ter uma fundação da economia mais forte no futuro", acrescentou o líder do BAD em Moçambique.

É por isso, concluiu, que o BAD, no documento que explana a estratégia para os próximos cinco anos, "aponta para dois pilares, a produtividade e industrialização da economia e a cadeia de valores, por um lado, e a aposta nas infraestruturas de apoio ao investimento rural, estradas, ferrovias e portos para apoiar o desenvolvimento rural e as exportações de produtos agrícolas, além da energia, que é essencial a todo o desenvolvimento do processo agrícola".

Sobre o relatório 'Resultados do País' no que diz respeito ao envolvimento do BAD, Pietro Toigo afirma que "o impacto do Banco foi bastante importante" no que diz respeito às cinco prioridades estratégicas (High 5 - Alimentação, Energia, Industrialização, Integração e Qualidade de Vida) e salienta os 900 quilómetros de estradas e ligações regionais, as intervenções de apoio às pequenas e médias empresas e o "investimento muito importante na irrigação agrícola, com um impacto sobre 8 a 10 mil famílias de agricultores, que viram um aumento da produção e rendimento agrícolas devido ao investimento do BAD".

O BAD é uma instituição de financiamento multilateral com o objetivo de promover o desenvolvimento económico em África, estando presente na maioria dos países do continente.

Presente em Moçambique há mais de 40 anos, o BAD já financiou mais de 100 projetos num total que ultrapassa os 2 mil milhões de dólares, "focando-se particularmente na agricultura e nos transportes", lê-se no documento.

Em dezembro do ano passado, o BAD tinha operações de financiamento no valor de 623 milhões de dólares e duas operações regionais de 164 milhões, o que faz com que o portefólio do BAD em Moçambique chegue aos 787 milhões de dólares, a que se juntam quatro operações do setor privado, inseridas no 'Corredor de Nacala' no total de 352 milhões de dólares.

MBA // VM

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