Tesoureiro da CDU alemã sai após suspeita de evasão fiscal
Porto Canal / Agências
Berlim, 06 fev (Lusa) - O tesoureiro da União Democrata Cristã (CDU) de Angela Merkel anunciou hoje que pediu para sair do cargo, após ter sido divulgado que é suspeito de fraude fiscal por ter colocado dinheiro em paraísos fiscais.
Helmut Linssen disse ao jornal Bild que tomou a decisão de deixar o cargo a partir do congresso de abril "no interesse do partido" e da sua família e referiu que já a comunicou à direção do partido liderado pela chanceler alemã.
A CDU já confirmou a informação à France Presse e afirmou que respeita a decisão de Linssen.
Desde que a revista Stern divulgou o caso há dois dias, as críticas a Linssen e à CDU não têm parado, apesar de o tesoureiro ter dito que nunca fugiu aos impostos, que o dinheiro era proveniente de uma herança familiar e que não obteve benefícios da conta no estrangeiro.
Segundo a versão publicada na revista, entre 1997 e 2004 Linssen, que só se tornou tesoureiro da CDU em 2010, aplicou dinheiro numa conta de um banco luxemburguês em nome de uma empresa de fachada com sede primeiro nas Bahamas e depois no Panamá.
As autoridades tiveram conhecimento da conta suspeita em 2010 e foi aberto um processo judicial por fraude fiscal, mas o caso foi abandonado em 2012 e Lindssen não chegou a ser acusado dado que os factos prescreveram.
A oposição parlamentar, Esquerda e Verdes, pediu explicações claras e públicas à CDU e o Partido Social Democrata, parceiro da CDU na coligação governamental, acabou por fazer o mesmo.
Nos últimos dias, a imprensa alemã tem revelado uma série de informações relativas a figuras conhecidas que estarão a ser investigadas por alegada fuga ao fisco.
Na segunda-feira, demitiu-se o secretário da Cultura de Berlim, o social-democrata André Schmitz, após ter sido divulgado que tinha uma conta na Suíça com cerca de meio milhão de euros.
Pouco antes foi divulgado que Alice Schwarzer, uma das principais feministas do país, tinha confessado à justiça que desde os anos 80 tinha conta na Suíça.
Um outro caso envolve o presidente do Bayern de Munique, Uli Hoeness, que vai responder na justiça em março acusado de evasão fiscal.
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Lusa/fim