HRW acusa segurança iraquiana de deter ilegalemnte e torturar mulheres
Porto Canal / Agências
Cairo, 6 fev (Lusa) -- As forças de segurança iraquianas detêm de forma ilegal milhares de mulheres que, em muitos casos, são torturadas e obrigadas a confissões forçadas, denunciou hoje a Human Rights Watch.
A organização, que elaborou o documento "Ninguém está a salvo: Abusos sobre mulheres no sistema judicial penal do Iraque", refere também que milhares de mulheres passam meses ou anos em prisão sem acusação ou serem presentes a um juiz.
A grande maioria das 4.200 mulheres detidas em instalações do Ministério do Interior ou da Defesa pertencem à minoria sunita -- que assegura ser discriminada pela maioria xiita -, mas os abusos atingem todos os credos e classes da sociedade iraquiana de acordo com o documento da Human Rights Watch.
Para a Human Rights Watch, o sistema judicial permite estes abusos.
O relatório foi elaborado a partir de 27 reclusas, suas famílias e advogados além de reuniões com altos dirigentes dos Ministérios da Justiça, Interior, Defesa e Direitos Humanos.
Muitas mulheres dizem ter sido maltratadas e até violadas para fazerem declarações e confissões que nem sequer puderam ler e em muitos casos as mulheres são interrogadas sobre as atividades de familiares e não por alegados crimes cometidos.
"As forças de segurança iraquianas atuam como se abusar brutalmente das mulheres fosse o meio de tornar o país mais seguro", acusou Joe Stork, subdiretor da organização para o Médio Oriente e Norte de África.
Por outro lado a Human Rights Watch alertou que até agora não foi cumprida a promessa do primeiro-ministro Nuri al Maliki, feita há um ano, de reformar o sistema judicial.
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