Aviões não tripulados com custos mais baixos estão a disseminar-se

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Porto Canal / Agências

Londres, 05 fev (Lusa) -- Os aviões não tripulados ('drones') estão a disseminar-se exponencialmente nos campos civil e militar devido a novas técnicas de miniaturização que permitem custos mais baixos, refere o relatório anual do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), hoje divulgado.

As barreiras tecnológicas continuam a ser ultrapassadas e os 'drones' estão a tornar-se acessíveis a um crescente número de países, deixando de constituir monopólio das forças armadas dos países ocidentais, salienta o relatório sobre o equilíbrio de forças no mundo.

"A tendência vai acentuar-se. Os 'drones' vão proliferar, seja o pequeno engenho desmontável que pode ser transportado numa mochila ou o aparelho de combate com um poder de ataque máximo", resumiu Doug Barrie, especialista em aeronáutica militar do IISS, durante a apresentação, em Londres, do relatório de 500 páginas.

No plano militar, todas as grandes potências estão a tentar recuperar o atraso face ao exército norte-americano, que domina o mercado com o seu "Global Hawk" ou o "Northrop Grumann X-47B", que aterrou pela primeira vez num porta-aviões em exercícios durante o verão de 2013.

Diversos países europeus pretendem desenvolver 'drones' MALE (média altitude, prolongada resistência), e na sexta-feira o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o Presidente francês, François Hollande, legitimaram o projeto franco-britânico de um aparelho de combate sem piloto.

A China, que continua a reforçar a sua capacidade militar, à semelhança de toda a Ásia (segundo o relatório do IISS as despesas militares subiram 11,6% entre 2010 e 2013), testou em novembro o seu primeiro drone de combate furtivo.

Inspirado no X-47B norte-americano, o aparelho chinês, batizado "Espada afiada", efetuou um voo de 20 minutos num teste seguido pelas televisões do país.

"Existem poucas dúvidas de que a presença de drones no futuro arsenal das armas mais poderosas está assegurada", sublinha o relatório do IISS. No entanto, o estudo revela-se prudente face à possibilidade de os drones substituírem num futuro não longínquo os aviões com piloto.

O IISS recorda que a proliferação dos aviões de combate não-tripulados está a gerar numerosas questões éticas e legais, como saber se um ataque de 'drone' pode ser incluído no âmbito da legítima defesa, ou se pode ser considerada como uma resposta proporcionada à de um indivíduo.

Outra questão relaciona-se com a possibilidade de utilização de 'drones' de combate totalmente robotizados e autónomos.

"A perspetiva de assistir a uma ação letal decidida por uma máquina vai permanecer um limite que os legisladores e a opinião pública estarão renitentes em ultrapassar", refere o relatório.

Os 'drones' ligeiros também poderão ser utilizados para fins comerciais, incluindo cartografia, vigilância de caminhos-de-ferro ou agricultura. Segundo a agência noticiosa AFP, poderão ainda ser destinados à luta antiterrorista ou controlo de fronteiras e de populações, suscitando novos problemas, em particular o respeito pela vida privada.

Numa comprovação das múltiplas possibilidades dos aviões não-tripulados, a Agência Europeia de Defesa está a elaborar um programa comum de investigação sobre a sua dupla utilização para fins civis e militares.

PCR // JMR

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