Câmara de Vila Real alerta utentes para os perigos da Autoestrada 24
Porto Canal com Lusa
A Câmara de Vila Real colocou hoje 'outdoors' junto à Autoestrada 24 (A24) para alertar que é uma das vias "mais caras do país" mas que não tem "iluminação nos nós de acesso" nem "apoio noturno".
Atualizado 23-10-2018 11:57
"Este cartaz significa indignação, significa informação e, uma vez mais, uma chamada de atenção para o Governo", afirmou, em conferência de imprensa, o presidente da autarquia, o socialista Rui Santos.
Junto ao nó de acesso à A24, na zona industrial de Vila Real, foi colocado um painel de grandes dimensões onde se pode ler: "Não aceitamos estradas de segunda! Das mais caras do país, nós de acesso não iluminados, sem apoio noturno, limpa neves insuficientes".
No cartaz preto, com letras amarelas e o sinal de perigo desenhado, pode ainda ler-se "Vila Real também é Portugal". Durante a tarde foi colocado um outro painel, visível para quem circula na A24, na área deste concelho.
"No interior pagamos o quilómetro mais caro de Portugal pelo uso de autoestradas", afirmou Rui Santos.
Segundo o autarca, no âmbito da renegociação, em 2015, entre o Governo PSD/CDS-PP e a concessionária da A24, "foi desligada a iluminação dos nós de acesso das localidades, foram reduzidos os limpa-neves para metade e os carros de assistência, durante a noite, passaram a funcionar apenas à chamada".
"Não vale a pena dizerem que a segurança é igual independentemente dos nós de acesso estarem ou não estarem iluminados, porque se é igual porque cortam aqui e não cortam nos outros lados?" questionou.
Segundo o autarca, em 2015 foram também desligados os "painéis informativos na A24, que serviram para que os condutores se orientassem em caso de acidente e em função das condições meteorológicas, e foram desativados alguns postos de SOS".
Passaram três anos e, segundo Rui Santos, "o Governo nada resolveu", apesar da "insistência da câmara municipal".
Desde novembro de 2015 que o município tem mostrado a sua indignação e, junto do Governo PS, tem reivindicado também a "reposição das condições de segurança".
Rui Santos disse estar "cansado de esperar" e justificou o 'timing' para o lançamento da campanha com a aproximação de mais um inverno, que na região pode significar neve e nevoeiro denso que podem afetar a circulação na autoestrada, e com a discussão do Orçamento do Estado (OE) para 2019.
"Continuarei a insistir junto do Governo para que isto seja resolvido e espero que o PCP, o BE e também o PSD e o CDS, em sede de OE, porque é agora que o estão a discutir, possam tratar deste assunto", referiu.
Esta campanha de alerta partiu da Câmara de Vila Real e foi apoiada pela Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro), que agrega 19 municípios.
"Aquilo que a CIM Douro aprovou foi que cada um dos municípios colocaria um ou mais cartazes. Tenho a expectativa que os outros municípios façam exatamente a mesma coisa, porque é uma questão de justiça, de coerência e, sobretudo de segurança, repito, de segurança", salientou.
Questionado sobre a campanha lançada pela Câmara de Vila Real, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) disse que decidiu "realizar inspeções de segurança rodoviária a estradas em que se registaram recentemente acidentes graves, como é caso do Itinerário Complementar 8 (IC8), ou em relação às quais foram publicamente levantadas dúvidas em matéria de segurança rodoviária, como é o caso da A24".
"De todo o modo, deve ser registado que em nenhuma destas vias se verificaram pontos negros de sinistralidade em 2015, em 2016 e em 2017", acrescentou o IMT.
O IMT tem como atribuições a promoção da qualidade e segurança das infraestruturas rodoviárias e assegura a execução do um plano anual de inspeções.