Berlim, 05 fev (Lusa) -- Os social-democratas e os Verdes alemães instaram hoje os democratas-cristãos da chanceler alemã, Angela Merker, a esclarecer as suspeitas que atingem o tesoureiro da CDU num caso de alegadas operações financeiras em paraísos fiscais.

A notícia foi publicada na revista Stern e indica que o tesoureiro do partido Helmut Linssen, entre 1997 e 2004, fez vários depósitos numa conta de um banco do Luxemburgo a coberto de uma empresa com sede nas Bahamas e mais tarde no Panamá.

O tesoureiro da CDU negou a operação de evasão fiscal e a existência de contas secretas, mas, quer o Partido Social Democrata, parceiro da coligação governamental alemã, como os Verdes, exigiram explicações públicas.

De acordo com a Stern, as autoridades tiveram conhecimento da conta suspeita em 2010, depois de investigações na Renânia, Estado Federal onde Linssen tinha ocupado o cargo de ministro das Finanças.

Em 2012, escreve a revista alemã, foi instaurado um processo contra Linssen, mas que acabou por ser arquivado porque com o cancelamento da conta, em 2004, o alegado delito já tinha prescrito, pelo que o tesoureiro só teve de pagar impostos em relação aos anos entre 2001 e 2005.

Linssen explicou que o dinheiro em causa era uma herança dos pais e sobre a qual tinha sida taxado e que não obteve sobre o valor qualquer benefício.

As novas informações sobre Linssen juntam-se a uma série de notícias sobre evasão fiscal na Alemanha e que envolvem várias personalidades do país, nos últimos dias.

Na segunda-feira, demitiu-se o secretário de Estado da Cultura de Berlim, o social-democrata André Schmitz, após ter sido revelado que tinha uma conta bancária na Suíça com cerca de meio milhão de euros.

Dias antes, Alice Schwarzer, uma das principais feministas do país, confessava perante a justiça que desde os anos 1980 manteve fundos em bancos suíços.

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