Mau tempo: Jovens estudantes sem aulas ajudam a limpar Figueira da Foz

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Porto Canal com Lusa

Figueira da Foz, Coimbra, 15 out (Lusa) - Cerca de 20 estudantes do ensino secundário que hoje não tiveram aulas na Figueira da Foz, após a passagem da tempestade Leslie, ajudaram a limpar a cidade e querem continuar nos próximos dias, fora das atividades letivas.

"Estive a apanhar lixo do chão, a desimpedir os acessos. Estava bastante lixo, muito entulho, desde telhas, a placas de isolamento de paredes, estores e persianas, madeiras, chapas de alumínio, um pouco de tudo", disse à agência Lusa Duarte Lapa, 16 anos, um dos jovens voluntários.

O trabalho de limpeza ao longo da manhã de hoje decorreu no chamado Bairro Novo, zona turística onde se situa o casino, hotéis, restaurantes e bares e também a sede da associação promotora, designada, em latim, Bonae Spei (significa esperançoso em português) que congrega cerca de 30 associados, entre os 16 e os 24 anos.

"Quis aproveitar que não tinha aulas e tentar reerguer a Figueira. Lembrámo-nos de fazer algo de modo a que não nos sentíssemos impotentes e não ficássemos só em casa que nem uns excedentários à espera que o dia acabasse", argumentou Duarte Lapa.

Já Marta Santos, que faz parte da associação juvenil, disse que a ideia partiu de um núcleo de associados: os jovens deram uma volta pela cidade do distrito de Coimbra para identificar "os pontos mais críticos" e hoje iniciaram os trabalhos, com a ajuda da Proteção Civil municipal, que cedeu sacos, pás e águas aos voluntários.

Depois de cheios, os sacos foram deixados amontoados perto de pontos de recolha de resíduos urbanos, à espera de serem recolhidos pela empresa concessionária.

"Temos de trabalhar todos, se toda a comunidade ajudar um bocadinho conseguimos chegar muito longe, dizem que depois da tempestade vem a bonança, não é verdade?", questionou Marta Santos.

Fernando Cardoso, responsável da Bonae Spei, acolheu e incentivou a ideia dos voluntários: "A nossa vontade é que cada vez haja mais jovens interessados e mais jovens sensíveis às questões sociais", observou.

A passagem do furacão Leslie por Portugal, no sábado e domingo, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.

O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um "percurso muito errático", se fez sentir com maior intensidade, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

Na Figueira da Foz, uma rajada de vento atingiu os cerca de 176 quilómetros por hora no sábado à noite, valor mais elevado registado em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

JLS // MCL

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