Associação de Praças questiona se chefias militares vão passar pela chuva "sem se molharem"

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 15 out (Lusa) -- A Associação de Praças advertiu hoje que o "escândalo do roubo de Tancos" não pode ficar "arrumado" com a demissão de Azeredo Lopes da pasta da Defesa e questionou se será apurada a responsabilidade das chefias militares.

"Este assunto não pode ficar arrumado com a demissão de Azeredo Lopes. A responsabilidade política está encontrada. E a responsabilidade militar? E as chefias militares, passarão pelo intervalo da chuva neste caso, sem se molharem?", questionou a Associação de Praças (AP), em comunicado hoje divulgado.

No documento, esta associação representativa das praças das Forças Armadas defendeu que "é necessário que tudo seja esclarecido, doa a quem doer", considerando que a "panóplia de casos" tem contribuído para denegrir a imagem da instituição militar.

É necessário, advogou, saber "quem é que assaltou o paiol de Tancos, com o até agora único suspeito e quem é que decidiu a `hollywoodesca´ manobra do achamento das armas roubadas".

Afirmando que "tem de haver responsáveis por tamanho descrédito" e que a Associação "não se revê" nos "escândalos" que envolvem as Forças Armadas, a AP manifestou em seguida expetativa quanto à política que o novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, vai adotar para o setor.

"É urgente repor direitos e a salvaguarda da condição militar", depois de, "nos últimos anos" terem entrado em vigor medidas legislativas que "conduziram a uma degradação do quadro de apoio social aos militares", defendeu.

As matérias do tempo de serviço, as condições de passagem à reserva e à reforma, alterações à Assistência na Doença aos Militares (ADM) e à ação social complementar, e a a revisão das condições remuneratórias constituem o "caderno de encargos" da Associação de Praças.

No comunicado, a AP adiantou que irá pedir uma audiência ao novo ministro da Defesa durante a semana, visando expor os "problemas que afetam a classe".

O antigo secretário de Estado da João Gomes Cravinho vai suceder, na pasta da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, que se demitiu na sexta-feira, alegando querer evitar que as Forças Armadas sejam "desgastadas pelo ataque político" e pelas "acusações" de que disse estar a ser alvo por causa do processo de Tancos.

Doutorado em Ciência Política pela Universidade de Oxford, e com mestrado e licenciatura pela London School of Economics, João Gomes Cravinho é atualmente embaixador da União Europeia no Brasil, desde agosto de 2015, tendo desempenhado o mesmo cargo na Índia entre 2011 e 2015.

Entre março de 2005 e junho de 2011, João Gomes Cravinho foi secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação nos XVII e XVIII governos constitucionais liderados por José Sócrates.

SF // JPS

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