Escritor Kalaf Epalanga considera que literatura portuguesa deve sair da "zona de conforto"

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Porto Canal com Lusa

Berlim, 13 out (Lusa) -- O escritor angolano Kalaf Epalanga, que vai estar hoje na Feira do Livro de Frankfurt, considera que a literatura portuguesa "está a crescer", mas "deve sair da zona de conforto".

O escritor e músico vai estar na que é considerada uma das maiores feiras do livro do mundo, para uma conversa sobre a Língua Portuguesa, com os autores Isabela Figueiredo e João Paulo Cuenca.

"Para mim é viver o fervilhar de uma grande feira literária. Ter a oportunidade de ouvir outros escritores e estar em contacto com a indústria da literatura. Sou recente nessas andanças, então é essa a minha expectativa", sublinha Kalaf Epalanga.

O autor de "Estória de Amor para Meninos de Cor", de 2011, "O Angolano que comprou Lisboa", de 2014, e "Também os Brancos Sabem Dançar", de 2017, não esconde o desejo de ver uma das suas obras traduzidas para alemão.

"Eu queria ter todos os meus livros publicados em alemão. Obviamente que o recente é o que está mais fresco, mas todos têm lugar e todos têm a sua importância", revela o escritor, sediado em Berlim há uma década.

"Quando um livro é publicado noutro idioma, outros mercados também se abrem, então esse é um trabalho que é constante. Não se pode dormir à sombra da bananeira", admite Kalaf Epalanga, acrescentando que há muito trabalho a fazer para que a literatura de língua portuguesa continue a ganhar espaço.

"Acho que a literatura portuguesa está a ganhar espaço e a crescer, considero que temos bons escritores, disso não há dúvida. Mas acho que precisamos de sair da nossa zona de conforto. Com Guadalajara, este ano, e Leipzig, em 2021 [Portugal é o país convidado], acho que temos boas oportunidades de trabalharmos esse aspeto, de tentarmos conquistar novos leitores e trabalhar em prol da inclusão da literatura em português na grande literatura universal", considera o escritor e músico.

"Temos um Nobel, e estamos a assinalar os 20 anos do nosso Nobel, mas agora temos de trabalhar para mais. E isso não passa só por escrever boas histórias, mas também por consumi-las, por absorver e ler as nossas histórias. E com isso quero referir-me a todos os que falam português, de todos os sotaques e com todas as 'nuances' que o nosso português tem", destaca Kalap Epalanga.

O escritor, que já passou pela Feira do Livro de Leipzig, considera o público alemão "atento, maduro, amante da literatura e que sabe e procura informar-se."

A 70.ª edição da Feira do Livro de Frankfurt, com mais de sete mil expositores de uma centena de países, termina no domingo.

JYD // MAG

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