Brasil: Ministro brasileiro avisa que vencedor terá de fazer alianças

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Porto Canal com Lusa

Lisboa, 12 out (Lusa) -- O ministro da Cultura do Brasil, Sérgio Sá Leitão, avisou hoje, em Lisboa, que o vencedor da segunda volta das presidenciais terá de fazer alianças para garantir a governação do país, alargando a base eleitoral de apoio.

"Essas alianças são inevitáveis" após a segunda volta das eleições presidenciais, que se realiza a 28 de outubro, "porque nenhuma das duas forças será capaz de governar sem construir alianças", afirmou Sérgio Leitão, à margem do Fórum Desafios da Indústria Criativa e da Integração dos Mercados dos Brasil e Portugal, que decorreu hoje, na sede da EDP, em Lisboa, uma iniciativa da Câmara de Comércio e Indústria Luso Brasileira.

De um lado, explicou, "temos o PT [Partido dos Trabalhadores, liderado por Fernando Haddad] no congresso com 57 deputados eleitos, do outro, o PSL (Partido Social Liberal), partido de Jair Bolsonaro [extrema-direita], que elegeu 51, mas nós (Movimento Democrático Brasileiro e Partido da Social Democracia Brasileira) temos 15 e 13 deputados, então nós vamos ter uma força e outra com uma representação em torno de 10% no congresso, e um ou outro vai precisar de construir uma maioria no Congresso para poder realizar reformas e governar".

As reformas propostas por Bolsonaro não serão possíveis de fazer "sem o apoio da maioria do Congresso", afirmou, admitindo que as alianças inevitáveis poderão "certamente" funcionar também como um equilíbrio político.

Antes das eleições, porém, o ministro não considera que possa haver muito mais alianças do que as já existentes e tradicionais.

Contudo, "aquelas que foram até esta eleição as principais forças políticas do país, representadas pelo MDB, pelo PSDB e tudo mais, acho que optaram por uma posição de neutralidade, por liberar os seus membros para terem as posições que queiram e deixar para depois da eleição a constituição ou não de alianças com quem ganhar".

O maior risco para o país, dos resultados de uma segunda volta das presidenciais disputada por extremos opostos, é, na opinião do ministro o que pode suceder à economia e ao Estado.

"O Brasil vem se recuperando muito lentamente da sua maior crise da História e temos um ambiente de pouca liberdade económica, de muito protecionismo económico, de um Estado muito grande, que se arvora de fazer muitas coisas, mas faz poucas coisas direito. Temos um défice da previdência social que é imenso pressiona as contas públicas e falta investimento", explicou.

Para Sérgio Leitão, "se reformas no campo da economia não forem feitas, a previsão é que o Brasil não cresça, não se recupere e aí as consequências são o desemprego, a insegurança."

Quanto ao que pode mudar na cultura, o governante diz que o país está perante "uma incógnita, representada pela candidatura do Jair Bolsonaro, cujo plano de governo não trata da questão cultural, ele e as pessoas que formam o seu entorno nunca estiveram à frente de uma cidade ou de um estado, muito menos participaram no governo federal brasileiro".

Do outro lado, considera, " temos um desastre", numa referência à gestão do PT para o país, considerando todas as áreas, "foi um desastre" e, especificamente, na área da cultura também.

"Diria que eu e a minha equipa dedicamos metade do nosso tempo a resolver problemas que herdamos das gestões do PT. Foram problemas gravíssimos, não apenas de gestão, mas de mau uso de recursos, de negligência na administração de recursos públicos, a ausência absoluta de mensuração de resultados", contou.

Em relação a Portugal e às relações entre os dois países, não quer avançar nada, uma vez que o futuro pertencerá a outro governo que não aquele de que faz parte, o de Michel Temer, que termina o mandato a 31 de dezembro deste ano.

Mas assegura que o seu ministério tal como o da Educação, com o qual tem uma relação mais forte, "têm procurado criar medidas que não sejam revertíveis no curto prazo e uma delas é no campo das relações com Portugal, para que possamos estabelecer um programa continuo".

ATR // PJA

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