Marcelo pede combate pela dignidade humana contra as intolerâncias

| País
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 11 out (Lusa) - O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez um discurso de apelo ao combate pelo respeito pela dignidade humana, que apontou como "uma linha vermelha que não pode ser riscada", em tempos de intolerâncias e egoísmos.

No encerramento de um ciclo de conferências intitulado "Futuros Globais" que assinalou os 50 anos da Universidade Católica Portuguesa, nas instalações desta instituição, em Lisboa, o chefe de Estado considerou que se vive uma fase "muito ingrata" no plano internacional, com "um regresso às angústias de há cem anos".

"Que fique claro que o respeito da dignidade da pessoa humana é uma linha vermelha que não pode ser riscada nem beliscada. Mas, atenção, a pessoa humana que valoramos é uma pessoa concreta, de carne e osso, não é uma cómoda abstração, álibi para a indiferença e para a inação", afirmou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "as mais das vezes não basta defendê-la preservando a sua dignidade, é preciso combater por essa dignidade, porque a inércia nestes tempos e nos mais próximos ser-lhe-á adversa".

Numa intervenção em que proclamou "neutral, nunca, porque ninguém é neutral", o Presidente da República descreveu o atual contexto global como uma época de apelo "ao egocentrismo, à luta pela sobrevivência e a salvação a sós, ao imediato, ao superficial, ao imageticamente mais básico e fácil de apreender e de aceitar, à rejeição da abertura, da disponibilidade para o outro".

Sem nunca falar de nenhuma situação em concreto, acrescentou: "A fase que vivemos e viveremos por mais uns apreciáveis anos - esperemos que não mais de uma década - é muito ingrata. Durante ela teremos de revigorar valores e princípios, manter posturas essenciais, reforçar solidariedades".

Marcelo Rebelo de Sousa insistiu na necessidade de, perante "situações de medo, de insegurança de temor, de rejeição explícita e implícita da mudança", se "afirmar, preservar e fortalecer um sentido personalista da vida, da pessoa e da comunidade".

O Presidente sustentou que há que "saber como canalizar a mudança", em vez de a negar.

"Queremos futuros globais, mas globais, mesmo, de paz e não de guerra, de multilateralismo e não de fechamento unilateral, de defesa dos direitos das pessoas", enunciou, completando: "E não fórmulas-tampão, por natureza conjunturais e frágeis, concebidas à medida dos egoísmos e das intolerâncias da moda".

IEL // JPS

Lusa/Fim

+ notícias: País

Caixa de medicamento "antifascista" colocada na campa de Salazar

No cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão, foi colocada uma enorme caixa de medicamentos na campa de António de Oliveira Salazar. Autoria do artista português Bordalo II, o “probiótico antifascista” tem o nome de “Liberdade” e o vídeo partilhado pelo próprio nas redes sociais já está a gerar uma forte onda de contestação, a poucos dias das comemorações dos 50 anos do 25 de abril.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".

Proteção Civil desconhece outras vítimas fora da lista das 64 de acordo com os critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) disse hoje desconhecer a existência de qualquer vítima, além das 64 confirmadas pelas autoridades, que encaixe nos critérios definidos para registar os mortos dos incêndios na região centro.